ATA DA DÉCIMA QUINTA SESSÃO
ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA
LEGISLATURA, EM 22-03-2002.
Aos vinte e dois dias do mês
de março do ano dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio
Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quinze
minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores
Antonio Hohlfeldt, Carlos Alberto Garcia, Ervino Besson, Estilac Xavier,
Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José
Fortunati, Maria Celeste e Raul Carrion. Ainda, durante a Sessão, compareceram
os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Beto Moesch, Cassiá
Carpes, Dr. Goulart, Fernando Záchia, Helena Bonumá, João Bosco Vaz, Luiz Braz,
Marcelo Danéris, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Pedro Américo
Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. Constatada a existência
de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a
distribuição em avulsos de cópias das Atas da Décima Segunda e Décima Terceira
Sessões Ordinárias e da Ata da Primeira Sessão Solene que, juntamente com a Ata
da Décima Primeira Sessão Ordinária, deixaram de ser votadas face à
inexistência de quórum deliberativo. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador
Aldacir Oliboni, o Projeto de Lei do Legislativo nº 043/02 (Processo nº
1111/02); pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, o Projeto de Lei do Legislativo nº
051/02 (Processo nº 1152/02); pelo Vereador Cassiá Carpes, 03 Pedidos de Providências;
pelo Vereador Ervino Besson, 01 Pedido de Providências e o Projeto de Lei do
Legislativo nº 041/02 (Processo nº 1105/02); pelo Vereador João Antonio Dib, 01
Pedido de Providências e o Pedido de Informações nº 090/02 (Processo nº
1180/02); pelo Vereador João Carlos Nedel, 22 Pedidos de Providências, as
Indicações nºs 010 e 011/02 (Processos nºs 1159 e 1160/02, respectivamente) e
os Projetos de Lei do Legislativo nºs 044, 045 e 046/02 (Processos nºs 1116,
1117 e 1118/02, respectivamente); pelo Vereador Reginaldo Pujol, 04 Pedidos de
Providências; pela Vereadora Sofia Cavedon, o Projeto de Lei do Legislativo nº
049/02 (Processo nº 1139/02). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nº 163 e
199/02, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. A seguir, foi apregoado
Requerimento do Vereador Juarez Pinheiro, solicitando Licença para Tratamento
de Saúde, do dia vinte e um ao dia vinte e sete de março do corrente, tendo o
Senhor Presidente declarado empossada na vereança a Suplente Berna Menezes,
informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Constituição e Justiça.
Na ocasião, foram apregoadas Declarações firmadas pelo Vereador Estilac Xavier,
Líder da Bancada do PT, informando o impedimento dos Suplentes Darci Campani e
José Valdir em assumirem a vereança no dia de hoje, em substituição ao Vereador
Juarez Pinheiro. Também, o Senhor Presidente registrou a presença de alunos e
professores da Escola para Surdos Frei Pacífico. A seguir, o Senhor Presidente
concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Marianne Stumpf, Diretora
Regional da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos - FENEIS,
que salientou a importância da regulamentação da Língua Brasileira de Sinais
para a comunidade composta por deficientes auditivos, solicitando o apoio deste
Legislativo para o adequado encaminhamento dessa questão. O pronunciamento da
Senhora Marianne Stumpf foi realizado através da Linguagem Brasileira de Sinais
e traduzido simultaneamente pela Senhora Ângela Russo. Na ocasião, nos termos
do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Carlos Alberto Garcia, Estilac
Xavier, Isaac Ainhorn, Raul Carrion, Beto Moesch e Antonio Hohlfeldt
manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Também, o
Senhor Presidente registrou a presença de professores e alunos da Escola
Estadual Lilia Mazeron. Às nove horas e quarenta e sete minutos, os trabalhos
foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às nove horas e quarenta e
nove minutos, constatada a existência de quórum, e o Senhor Presidente registrou
a presença de alunos do CIMETI Paulo Freire, integrantes do Serviço de Educação
de Jovens e Adultos - SEJA. Após, o Vereador José Fortunati, Presidente da
Câmara Municipal de Porto Alegre, manifestou-se sobre agressão sofrida pelo
Vereador Juarez Pinheiro no dia vinte de março do corrente, informando que
participará de audiência a ser realizada hoje, às dez horas, com o Senhor José
Paulo Bisol, Secretário Estadual da Justiça e da Segurança, juntamente com
Senhores Líderes de Bancada, a fim de analisar as providências a serem tomadas
quanto ao ocorrido. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Antonio Hohlfeldt retomou o
pronunciamento efetuado por Sua Excelência em Comunicação de Líder durante a
Décima Quarta Sessão Ordinária, procedendo à leitura de artigo de autoria do
ator Humberto Lopes, publicado no jornal do Sindicato dos Artistas e Técnicos
em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio Grande do Sul - SATED, o qual tece
críticas à atuação da Senhora Margarete Moraes à frente da Secretaria Municipal
de Cultura. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Antonio Hohlfeldt deu
continuidade ao seu pronunciamento em Comunicações, externando sua
contrariedade à forma como a Senhora Margarete Moraes vem conduzindo a
Secretaria Municipal de Cultura, declarando que as críticas publicadas no
jornal do SATED demonstram a insatisfação dos trabalhadores do campo cultural e
dos artistas porto-alegrenses com a situação atualmente verificada nessa
Secretaria. Na oportunidade, por solicitação da Vereadora Maria Celeste, foi
realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma à Senhora Hilma Klein
Cardoso, falecida no dia de ontem. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Beto Moesch
registrou o transcurso, hoje, do Dia Mundial da Água, reportando-se aos
problemas enfrentados pela Humanidade no que tange à quantidade e à qualidade
da água potável disponível no mundo. Nesse sentido, destacou a importância da
proteção do ambiente natural para a manutenção das fontes e mananciais de água
doce e referiu-se à atuação do Poder Público no tocante à adoção de políticas
de racionalização do uso da água. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João
Antonio Dib referiu-se ao pronunciamento efetuado pelo Senhor Paulo de Argollo
Mendes, Presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul - SIMERS, durante a
Tribuna Popular da Décima Segunda Sessão Ordinária, o qual versou sobre
inspeções realizadas por esse Sindicato e pelo Movimento das Donas de Casa, a
fim de verificar a existência de medicamentos nos estoques dos postos de saúde
do Município. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Carlos Alberto Garcia relatou a
participação de Sua Excelência em cerimônia de criação da Fundação Estadual de
Esportes, Recreação e Lazer, ocorrida no dia dezenove de março do corrente,
afirmando que a maioria dos integrantes dos segmentos esportivos do Estado são
favoráveis à criação de uma Secretaria Estadual de Esportes, a fim de fomentar
as atividades esportivas universitárias, escolares e comunitárias, dentre
outras. A seguir, foram apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pelo
Senhor Presidente, solicitando desarquivamento de processos: de autoria do
Vereador Antonio Hohlfeldt, com referência ao Projeto de Lei do Legislativo nº
258/01 (Processo nº 3849/01) e ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº
017/01 (Processo nº 3123/01); de autoria do Vereador João Carlos Nedel, com
referência ao Projeto de Lei do Legislativo nº 298/01 (Processo nº 4664/01).
Também, foi apregoado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 004/02
(Processo nº 1127/02), de autoria do Vereador Luiz Braz. Em COMUNICAÇÕES, o
Vereador Cassiá Carpes manifestou-se sobre as atividades desenvolvidas pela
Comissão Especial constituída neste Legislativo, destinada a avaliar o fomento
ao esporte em Porto Alegre. Também, repudiou a agressão sofrida pelo Vereador
Juarez Pinheiro no dia vinte de março do corrente e analisou criticamente a
atuação do Senhor Tarso Genro como Prefeito Municipal de Porto Alegre,
abordando a candidatura de Sua Excelência ao Governo do Estado. O Vereador Dr.
Goulart pronunciou-se sobre propostas apresentadas por Sua Excelência na Câmara
Municipal de Porto Alegre, destinadas a melhorar o sistema público municipal de
saúde, os quais não foram aprovados ou que sofreram Veto, defendendo a idéia de
que este Legislativo priorize a apreciação dessas matérias e promova a
aprovação de Projetos de Lei que estabeleçam melhorias no atendimento de saúde
prestado à população de Porto Alegre. A Vereadora Maria Celeste expressou seu
repúdio à agressão sofrida pelo Vereador Juarez Pinheiro no dia vinte de março
do corrente e às ameaças sofridas pelo Vereador Adeli Sell, denunciadas no
pronunciamento efetuado por Sua Excelência durante a Décima Quarta Sessão
Ordinária. Ainda, contraditou o pronunciamento efetuado pelo Vereador Cassiá
Carpes em Comunicações, no que tange à candidatura do Senhor Tarso Genro ao
cargo de Governador do Estado do Rio Grande do Sul. Em TEMPO DE PRESIDENTE, o
Vereador José Fortunati manifestou-se sobre a agressão sofrida pelo Vereador
Juarez Pinheiro na noite do dia vinte de março do corrente, informando a
existência de indícios que sugerem ter havido, nessa agressão, uma tentativa de
intimidar Sua Excelência no que tange à sua atuação parlamentar e relatando
audiência realizada no dia de hoje, com a presença de representantes deste
Legislativo e o Senhor José Paulo Bisol, Secretário Estadual da Justiça e da
Segurança, a fim de avaliar as providências a serem tomadas quanto ao fato.
Após, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Beto Moesch, deferido
pelo Senhor Presidente, solicitando a retirada de tramitação do Projeto de Lei
do Legislativo nº 125/01 (Processo nº 2096/01). Em PAUTA, Discussão Preliminar,
estiveram: em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº
001/002, discutido pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, o Projeto de Decreto Legislativo
nº 001/02, discutido pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, os Projetos de Lei do
Legislativo nºs 036 e 024/02, este discutido pelo Vereador Luiz Braz, o Projeto
de Lei do Executivo nº 021/02, discutido pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, os
Projetos de Resolução nºs 120, 121 e 123/01, discutidos pelos Vereadores João
Antonio Dib e Estilac Xavier, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 009/01,
discutido pelo Vereador João Antonio Dib; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do
Legislativo nºs 035 e 022/02, este discutido pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, o
Projeto de Resolução nº 057/02, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib,
Estilac Xavier e Ervino Besson, os Projetos de Lei do Executivo nºs 018 e
019/02; em 4ª Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 001/02, discutido
pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, o Projeto de Resolução nº 056/02, discutido
pelos Vereadores João Antonio Dib, Estilac Xavier e Antonio Hohlfeldt; em 5ª
Sessão, o Projeto de Resolução nº 050/02, discutido pelos Vereadores João
Antonio Dib e Estilac Xavier. Na ocasião, foi apregoado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 052/02 (Processo nº 1179/02), de autoria do Vereador Adeli Sell.
Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Estilac Xavier repudiou a violência física
sofrida pelo Vereador Juarez Pinheiro no dia vinte de março do corrente,
propugnando pela adoção de medidas tendentes à localização e responsabilização
dos autores do fato e externando sua preocupação com as ameaças que vêm sendo
feitas contra Vereadores do Partido dos Trabalhadores, em razão de atitudes
tomadas em função do exercício do mandato parlamentar. O Vereador Dr. Goulart
discursou sobre o número de vagas hospitalares disponibilizadas pelo Sistema
Único de Saúde - SUS - para atender a população porto-alegrense. Nesse sentido,
teceu considerações acerca do Projeto de Lei do Legislativo nº 207/01 (Processo
nº 3035/01), que dispõe sobre a internação, na rede privada de hospitais, de
pacientes em estado grave que não obtiverem acolhimento em hospitais públicos,
contrapondo-se ao Veto Total aposto ao referido Projeto. O Vereador Luiz Braz
traçou um comparativo entre os recursos públicos destinados pelo Governo
Municipal para a área de saúde pública e as verbas aplicadas em publicidade
oficial do Município. Ainda, manifestou-se sobre a postura adotada pelo Senhor
Secretário Estadual da Justiça e da Segurança em episódio envolvendo a Brigada
Militar e o Movimento dos Atingidos por Barragens - MBA - e referiu-se à
agressão sofrida pelo Vereador Juarez Pinheiro no dia vinte de março do corrente.
O Vereador Sebastião Melo repudiou a violência praticada contra o Vereador
Juarez Pinheiro e manifestou-se sobre a realização de reunião da Comissão de
Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL, destinada a tratar de questões
pertinentes à cobrança do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN.
Também, discorreu sobre o transcurso do Dia Mundial da Água, mencionando dados
relativos aos serviços de abastecimento de água prestados pelos Executivos
Estadual e Municipal. O Vereador Haroldo de Souza prestou sua solidariedade ao
Vereador Juarez Pinheiro e pronunciou-se a respeito das políticas públicas
desenvolvidas na área de assistência social na Cidade, questionando os
compromissos assumidos pelo Senhor Tarso Genro, Prefeito Municipal de Porto
Alegre, durante a campanha eleitoral no ano de dois mil. Também, discursou sobre
o Projeto de Lei do Legislativo nº 035/01, que dispõe sobre a criação de casas-lares
no Município. O Vereador Carlos Alberto Garcia externou sua contrariedade às agressões
sofridas pelo Vereador Juarez Pinheiro, ressaltando a postura deste Legislativo
em buscar, junto à Secretaria Estadual da Justiça e da Segurança,
esclarecimentos sobre o assunto. Ainda, discursou sobre a trajetória política
do Senhor Anthony Garotinho, candidato à Presidência da República, destacando o
projeto político-social executado por Sua Excelência à frente do Governo do
Estado do Rio de Janeiro. O Vereador Raul Carrion condenou os atos de violência
dos quais foi vítima o Vereador Juarez Pinheiro, afirmando que, no entender de
Sua Excelência, esse fato está relacionado à instalação, no ano dois mil e um,
de uma Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI - para averiguar denúncias de
irregularidades na administração do Montepio dos Funcionários do Município de
Porto Alegre - MFM. Ainda, analisou criticamente a questão da abertura do comércio
aos domingos e feriados na Cidade. A seguir, constatada a existência de quórum,
foi iniciada a ORDEM DO DIA e, face Questões de Ordem dos Vereadores Isaac Ainhorn,
Carlos Alberto Garcia e Reginaldo Pujol, o Senhor Presidente prestou
esclarecimentos acerca da apreciação do Parecer nº 040/02, da Comissão de
Constituição e Justiça, relativo ao Recurso formulado pelo Vereador João Antonio
Dib contra a decisão do Senhor Presidente, que indeferiu Requerimento formulado
por Sua Excelência, solicitando votação em destaque para as Emendas nºs 01 a 10
apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 034/01 (Processo nº 4434/01). Em
Votação, foi rejeitado o Parecer nº 040/02, da Comissão de Constituição e
Justiça, por treze votos SIM e dezesseis votos NÃO, após ser encaminhado à
votação pelos Vereadores João Antonio Dib, Reginaldo Pujol, Antonio Hohlfeldt,
Sebastião Melo e Raul Carrion, em votação nominal solicitada pelo Vereador José
Fortunati, tendo votado Sim os Vereadores Almerindo Filho, Antonio Hohlfeldt,
Carlos Alberto Garcia, Cassiá Carpes, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Haroldo
de Souza, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Reginaldo Pujol
e Sebastião Melo e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch,
Dr. Goulart, Ervino Besson, Helena Bonumá, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib,
João Carlos Nedel, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Pedro
Américo Leal, Raul Carrion, Sofia Cavedon e Berna Menezes, tendo o Vereador
Antonio Hohlfeldt manifestado-se a respeito dessa votação. Na ocasião, face
Questão de Ordem do Vereador Reginaldo Pujol, o Senhor Presidente prestou
esclarecimentos acerca da votação das Emendas nºs 01 a 10, apostas ao Projeto
de Lei do Executivo nº 034/01 (Processo nº 4434/01), tendo o Vereador Antonio
Hohlfeldt manifestado-se a respeito do tema e informado que a Bancada do PSDB
se retiraria do Plenário, por não concordar com a sistemática de votação a ser
adotada para as referidas Emendas. A seguir, procedeu-se à votação das matérias
acessórias ao Projeto de Lei do Executivo nº 034/01 (Processo nº 4434/01),
iniciada durante a Décima Segunda Sessão Ordinária, na forma como segue. Foi
votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do
Executivo nº 034/01, por um voto SIM e vinte e quatro votos NÃO, em votação
nominal solicitada pelo Vereador João Carlos Nedel, tendo votado Sim o Vereador
Nereu D'Avila e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho,
Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Ervino Besson,
Estilac Xavier, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, Helena Bonumá, Isaac
Ainhorn, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Marcelo Danéris, Maria Celeste,
Maristela Maffei, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Sebastião
Melo, Sofia Cavedon e Berna Menezes. Foram votadas destacadamente e aprovadas
as Emenda nºs 02 e 03, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 034/01. Foi
votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 04, aposta ao Projeto de Lei do
Executivo nº 034/01, por vinte e cinco votos NÃO, em votação nominal solicitada
pelo Vereador Marcelo Danéris, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Aldacir
Oliboni, Almerindo Filho, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Cassiá Carpes,
Dr. Goulart, Ervino Besson, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Haroldo de Souza,
Helena Bonumá, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos
Nedel, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Raul
Carrion, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Berna Menezes. Foi
votada destacadamente e aprovada a Emenda nº 05, aposta ao Projeto de Lei do
Executivo nº 034/01, por vinte e cinco votos SIM e um voto NÃO, em votação
nominal solicitada pelo Vereador Carlos Alberto Garcia, tendo votado Sim os Vereadores
Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Beto Moesch, Carlos Alberto
Garcia, Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Ervino Besson, Estilac Xavier, Fernando
Záchia, Haroldo de Souza, Helena Bonumá, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João
Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei,
Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia
Cavedon e Berna Menezes e Não o Vereador Nereu D'Avila. Foi votada destacadamente
e rejeitada a Emenda nº 06, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 034/01.
Foi votada destacadamente e aprovada a Emenda nº 07, aposta ao Projeto de Lei
do Executivo nº 034/01. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 08,
aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 034/01. Foi votada destacadamente e
aprovada a Emenda nº 09, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 034/01. Foi
votada destacadamente e aprovada a Emenda nº 10, com ressalva da Subemenda nº
01, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 034/01, por quinze votos SIM e
onze votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelo Vereador Beto Moesch, em
votação nominal solicitada pelo Vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os
Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia,
Estilac Xavier, Helena Bonumá, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Marcelo
Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Pedro Américo Leal, Raul Carrion,
Sofia Cavedon e Berna Menezes, Não os Vereadores Almerindo Filho, Cassiá
Carpes, Dr. Goulart, Ervino Besson, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, Isaac
Ainhorn, João Bosco Vaz, Nereu D'Avila, Reginaldo Pujol e Sebastião Melo e
tendo o Senhor Presidente, face Questões de Ordem formuladas pelos Vereadores
Reginaldo Pujol e Isaac Ainhorn, prestado esclarecimentos sobre a votação e o
teor dessa Emenda. Na ocasião, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos
acerca da legislação que proíbe o uso do tabaco nas dependências do Plenário
Otávio Rocha, tendo o Vereador Reginaldo Pujol manifestado-se a respeito. Foi
votada destacadamente e aprovada a Subemenda nº 01 à Emenda nº 10, aposta ao
Projeto de Lei do Executivo nº 034/01, após ser encaminhada à votação pelo
Vereador Reginaldo Pujol. Foi votada destacadamente e aprovada a Emenda nº 12,
aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 034/01. Foram votadas destacadamente e
aprovadas a Emenda nº 13, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 034/01, e as
Subemendas nºs 01, 02, 03, 04, 05 e 06 a ela apostas. Foi votada destacadamente
e rejeitada a Emenda nº 15, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 034/01,
por um voto SIM, vinte e dois votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Cassiá Carpes, tendo votado Sim o Vereador Reginaldo
Pujol, Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Beto
Moesch, Carlos Alberto Garcia, Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Ervino Besson,
Estilac Xavier, Haroldo de Souza, Helena Bonumá, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz,
João Carlos Nedel, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Pedro Américo
Leal, Raul Carrion, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Berna Menezes e tendo
optado pela Abstenção o Vereador Fernando Záchia. Foram votadas destacadamente
e aprovadas as Emendas nºs 16 e 17, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº
034/01. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 18, aposta ao Projeto
de Lei do Executivo nº 034/01, por cinco votos SIM e dezessete votos NÃO, em
votação nominal solicitada pela Vereadora Sofia Cavedon, tendo votado Sim os
Vereadores Cassiá Carpes, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, Reginaldo Pujol e
Sebastião Melo e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo
Filho, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Ervino Besson, Estilac Xavier,
Helena Bonumá, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, Marcelo Danéris, Maria Celeste,
Maristela Maffei, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Sofia Cavedon e Berna
Menezes. Foi votada destacadamente e aprovada a Emenda nº 19, aposta ao Projeto
de Lei do Executivo nº 034/01. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda
nº 20, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 034/01, por cinco votos SIM,
dezoito votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, após ser encaminhada à votação pelos
Vereadores Reginaldo Pujol, Beto Moesch, Estilac Xavier e Raul Carrion, em
votação nominal solicitada pelo Vereador Beto Moesch, tendo votado Sim os
Vereadores Fernando Záchia, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Reginaldo Pujol
e Sebastião Melo, Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo
Filho, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Dr. Goulart, Ervino Besson, Estilac
Xavier, Haroldo de Souza, Helena Bonumá, Isaac Ainhorn, Marcelo Danéris, Maria
Celeste, Maristela Maffei, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Sofia Cavedon e
Berna Menezes, tendo optado pela Abstenção os Vereadores Cassiá Carpes e João
Antonio Dib e tendo o Vereador Reginaldo Pujol manifestado-se a respeito da
matéria. Na ocasião, o Senhor Presidente comunicou que o Serviço de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas do Rio Grande do Sul - SEBRAE - RS - convida os
Senhores Vereadores para participarem de evento a ser realizado no dia vinte e
cinco de março do corrente, no Hotel Sheraton Porto Alegre, e informou que o
Vereador Almerindo Filho representará externamente este Legislativo no
Seminário Estadual “Caminhando para a Igualdade Racial”, a ser realizado no dia
vinte e três de março do corrente, na Assembléia Legislativa do Estado do Rio
Grande do Sul. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 21, aposta ao
Projeto de Lei do Executivo nº 034/01, após ser encaminhada à votação pelo
Vereador Reginaldo Pujol. Às treze horas e trinta e cinco minutos, constatada a
inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
Vereadores José Fortunati, Carlos Alberto Garcia, Helena Bonumá e Paulo Brum e
secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 3º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em
avulsos e aprovada, será assinada pela Senhora 1ª Secretária e pelo Senhor
Presidente.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Juarez Pinheiro solicita Licença
para Tratamento de Saúde no período de 21 a 27 de março.
(Obs.:
Foi apregoado o Requerimento de licença do Ver. Juarez Pinheiro, e dada posse à
Suplente, conforme consta na Ata.)
Passamos
à
Gostaríamos,
de forma muito afetiva, de anunciar que se encontram entre nós professores e
alunos da Escola para Surdos Frei Pacífico; são alunos de 5.ª a 8.ª séries. Em
nome da Câmara Municipal de Porto Alegre, queremos dar as boas-vindas a todos
vocês e dizer da nossa alegria em tê-los entre nós. Sejam bem-vindos.
A
Sr.ª Marianne Stumpf, Diretora Regional/RS da Federação Nacional de Educação e
Integração dos Surdos – FENEIS, está com a palavra e irá abordar a importância
da regulamentação da Língua Brasileira de Sinais para a comunidade surda.
A SRA. MARIANNE STUMPF: (Tradução simultânea da Sr.ª Angela
Russo.) Muito bom-dia a todos, é um prazer
e é muito importante estar aqui e é muito bom e gostoso estar junto com a
comunidade surda também. Eu quero agradecer às escolas “Frei Pacífico”, “Lilia
Mazeron”, “Semente Paulo Freire” e a todos os surdos da comunidade da FENEIS
pela presença aqui hoje.
A
comunidade surda precisa, urgentemente, de regulamentação da língua de sinais,
que, em 1997, foi oficializada por esta Câmara de Vereadores. Então, nós
estamos solicitando a urgência na aprovação da regulamentação, que é importante
para a vida dos surdos e para a comunidade surda de Porto Alegre.
Aqui,
em Porto Alegre, nós precisamos a garantia, em todos os lugares onde há surdos,
de professores de língua de sinais, intérpretes de língua de sinais,
professores de surdos, professores surdos. É muito importante Porto Alegre ter
esses profissionais na ativa. A diferença entre esses quatro profissionais é
que, por exemplo, nas escolas ou instituições onde há surdos, há a importância
de ter o professor surdo para proporcionar-lhes a construção de sua identidade,
tendo como seu modelo um surdo adulto.
O
professor de surdos é uma pessoa ouvinte, que já está capacitada em língua de
sinais e que precisa dessa capacitação para poder ensinar às crianças surdas,
conhecer a realidade e a necessidade de cada um e, a partir disso, proporcionar
uma educação cidadã. O professor de língua de sinais é um professor surdo que
ensina a língua de sinais para a família, para os funcionários e para a
comunidade que tem necessidade e que quer aprender a língua de sinais, proporcionando
uma comunicação maior com a comunidade surda ao seu redor. Vocês já têm um
exemplo do intérprete neste momento. Eu posso, por exemplo, ter acesso a essas
informações e vocês podem ter acesso às minhas informações por intermédio de um
intérprete de língua de sinais.
Em
1998, a Prefeitura contratou dois intérpretes, inclusive cedeu um deles para
estar neste momento com vocês. O intérprete é importante, porque, sem ele,
neste ano eleitoral, talvez os surdos não tenham acesso às informações que os
candidatos passam na televisão. Por exemplo, a TV Câmara, nós estamos vendo a
televisão e não sabemos o que está acontecendo, o que os Vereadores estão
discutindo. Nós precisamos ter esses profissionais à nossa disposição para que
possamos construir o nosso caráter e a nossa cidadania.
Há
muitos intérpretes e professores já formados e capacitados para atuar nessas
áreas que eu acabei de citar. Precisamos terminar com essas barreiras de
comunicação, para que os surdos possam viver numa sociedade justa.
As
Secretarias de Educação, tanto do Município quanto do Estado, e os demais
órgãos públicos precisam urgentemente dessa regulamentação a fim de contratar
essas pessoas nas escolas e nos órgãos, aumentando assim o número de
profissionais, o número de intérpretes, para que então possamos ter acesso às
informações. Essa regulamentação vai ajudar muito a comunidade surda da nossa
Cidade e acabar de vez com essas barreiras de comunicação. Eu agradeço a todos
que estão aqui, espero muito o apoio dos Vereadores de Porto Alegre. Muito
obrigada. (Palmas.)
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Agradecemos à Sr.ª Marianne Stumpf,
Diretora Regional da Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos -
FENEIS, pela participação e a convidamos para fazer parte da Mesa.
O
Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra nos termos do art. 206 do
Regimento.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ª
Marianne Stumpf, Diretora Regional da Federação Nacional de Educação e Integração
dos Surdos, essa reivindicação não é simplesmente justa, ela é necessária para
a cidade de Porto Alegre. Eu vou-me permitir aqui dar um depoimento. Está aqui
o Sr. Luís Gustavo, nosso aluno, está licenciado neste semestre, na Faculdade
de Educação Física do IPA. Ele era o único aluno no meio de seiscentos alunos
com necessidade especial por não falar. A instituição não estava preparada,
fizemos um acordo e a própria família custeou um intérprete. Isso mostra que a
necessidade desses profissionais é muito grande. Nós temos excelentes
profissionais. Eu vejo aqui o Colégio Frei Pacífico e lembro que, até bem pouco
tempo, a Professora Greice Severiano atuava junto. Então, é mais do que
necessário: é urgente. Realmente, Porto Alegre, Rio Grande do Sul e o Brasil
precisam contratar profissionais para que possa haver uma interação maior,
porque essas pessoas são realmente cativantes e têm muito a contribuir junto à
formação do nosso Estado. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, Ver. José Fortunati, em
nome da minha Bancada, composta pela Ver.ª Berna Menezes, Ver. Marcelo Danéris,
Ver.ª Maria Celeste e por este Vereador, saúdo a Federação Nacional de Educação
e Integração dos Surdos - FENEIS, aqui representada pela Sr.ª Marianne Stumpf,
Diretora Regional. É uma satisfação registrar aqui a importância que tem tido a
questão da comunidade dos surdos para a Prefeitura e para o Município de Porto
Alegre. Nesta Casa há proposições no sentido de proporcionar mais acesso à
questão da comunicação, como foi a proposição da Ver.ª Helena Bonumá, que deve
ser Resolução de Mesa. Inclusive, até por desconhecimento deste Vereador,
também propus a mesma modificação que envolve a nossa TV Câmara para ter acesso
à comunidade dos surdos.
A
Prefeitura, já há muito tempo, adota atividades concernentes à questão dos
surdos. Vejam que em todas as plenárias do nosso Orçamento Participativo, em
todos os eventos sempre tem um tradutor da linguagem para surdos, assim como eu
tenho o grande prazer de dizer que estou informado que ainda na semana que vem,
o mais tardar nesse final de março, a Prefeitura estará encaminhando para esta Casa
o Projeto de Lei que estabelece a LIBRAS para a linguagem dos surdos, assim
como também a contratação de vinte professores especializados, num concurso,
para linguagem dos surdos.
Então,
para nós é uma imensa satisfação ter a comunidade aqui e, ao mesmo tempo,
queremos dizer que a nossa Bancada está extremamente atenta a essa questão e
nos somaremos, certamente, aos demais membros desta Casa para tornar realidade
essas questões que dizem respeito a essa comunidade, que é integrada e
participativa na nossa Cidade. Obrigado pela presença e sejam bem-vindos. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Registramos as presenças dos alunos da
Escola Estadual Lilia Mazeron, escola especial para surdos. Também sejam bem-vindos.
(Palmas.)
O
Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente desta Casa, Ver. José
Fortunati, em nome do PDT, em nome dos meus colegas de Bancada, em nome do Ver.
Dr. Goulart, do Ver. Ervino Besson, que aqui está comigo, do Ver. João Bosco
Vaz e de V. Ex.ª, que preside os trabalhos e que integra a Bancada do PDT, nós
nos orgulhamos muito, neste momento, de receber a representante da Federação
Nacional de Educação e Integração dos Surdos, que trata aqui da importância da
regulamentação da Língua Brasileira de Sinais para a comunidade surda, na
pessoa da Prof.ª Marianne Stumpf.
Nós
queremos, aqui, registrar que já há alguns anos aprovamos aqui nesta Casa uma
lei que estabelece o uso dos sinais na Cidade de Porto Alegre - se não me falha
a memória, de autoria do Ver. João Motta. Essa Lei ainda pende de um
detalhamento do Poder Executivo e de uma regulamentação, o que nós entendemos
também que se impõe como fundamental.
Nós
nos emocionamos com a presença de vocês, dos alunos das escolas que aqui se
fazem presentes, e queremos dizer que entendemos que podemos dar um exemplo,
esta Casa, sobretudo pelos aspectos trazidos aqui, de que estas pessoas querem
saber o conteúdo dos temas tratados nesta Casa de interesse da comunidade.
Então,
o intérprete das manifestações dos Vereadores desta Casa é uma medida que se
impõe o mais rápido possível, uma vez que hoje nós temos o sinal da TV a cabo,
através do canal 16, como pioneiro na cidade de Porto Alegre. Portanto, isso é
um exemplo, é uma iniciativa que, acredito, não será tão onerosa, até porque,
pelo que representa, em termos de ganho, vale tudo o que se puder fazer. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Raul Carrion está com a palavra
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Em
primeiro lugar, queremos fazer a nossa saudação à Sr.ª Marianne Stumpf,
Diretora Regional, no Rio Grande do Sul, da FENEIS, e dizer da importância que
damos a essa regulamentação. Eu diria, inclusive, que a Constituição exigiria
essa regulamentação, senão os direitos individuais consagrados no art. 5.º
seriam letra morta para os portadores de deficiência auditiva.
Quero
lembrar que esses portadores de deficiência auditiva não são piores, ou menos,
nem mais, são diferentes. E temos, inclusive, o exemplo histórico de Bethoven,
um dos maiores compositores de música clássica, que compôs grande parte de sua
obra já com a deficiência auditiva e a surdez.
Queremos
também dizer que nós, inclusive, encaminhamos um Projeto de Resolução nesta
Casa para que houvesse tradutores para todas as Sessões na Casa e para a TV da
Câmara, mas nos demos conta de que já havia um Projeto anterior, da Ver.ª
Helena Bonumá, e, por isso, evidentemente, o retiramos e deixamos a prioridade
para a Vereadora. Mas somos solidários e lutaremos aqui para que, o quanto
antes, este Projeto de Resolução seja aprovado e os direitos dos portadores de
deficiência auditiva sejam respeitados. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Beto Moesch está com a palavra nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Sr.ª
Marianne Stumpf, Diretora Regional da Federação Nacional de Educação e
Integração dos Surdos, queremos também destacar a presença dos demais
visitantes, o que nos sensibiliza muito. A democracia é o único sistema que
garante direitos às minorias, não há outro tipo de sistema que possa garantir
às várias minorias seus direitos básicos. E nós estamos frente a uma delas: a
dos surdos. E vejam que o que foi trazido aqui é algo que, tendo vontade
política, facilmente, poderia ser estabelecido: a regulamentação dos intérpretes,
e já foi muito bem esclarecido aqui, grande parte já formados, que poderiam
estar, a meu ver, não só à disposição das escolas, como foi colocado aqui, mas
nos mais variados eventos públicos, ou não, na cidade de Porto Alegre. E falo
na cidade de Porto Alegre, porque é onde nós podemos trabalhar, Câmara de
Vereadores de Porto Alegre. Mas por quê? Nos mais diversos eventos, sejam eles
televisivos ou não, eventos como seminários, teatro, nas escolas – como foi
colocado aqui -, etc., por que não colocar sempre à disposição intérpretes para
os surdos? Geralmente sempre vai existir alguém precisando disso. Com isso, nós
estaremos respeitando o princípio básico democrático, garantindo direito às
minorias. Temos que nos sensibilizar com relação a isso e dar essa mínima
garantia aos surdos. Parabéns e, mais uma vez, estamos aqui sensibilizados por
recebê-los. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O
Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. ANTONIO HOHLFELDT:
Sr. Presidente, Ver. José Fortunati, Sr.ª Marianne Stumpf, companheiros,
intérpretes, alunos que nos visitam hoje, aqui. Em geral, nessas visitas nós
preferimos não nos manifestar publicamente, mas eu confesso a vocês que, cada
vez que vejo um intérprete dessa linguagem atuando, eu fico absolutamente
fascinado por esse verdadeiro balé. E eu fico imaginando como funciona na
cabeça das pessoas transformar palavras nesses gestos. É um desafio incrível
para mim.
E,
em nome disso, em nome do companheiro Ver. Paulo Brum, que é um deficiente
físico, não um deficiente auditivo ou visual, que também tem lutado
permanentemente com uma série de legislações municipais, estaduais e federais,
quero me colocar, pessoalmente, e a nossa Bancada, à disposição. Além da
regulamentação no nosso Município, onde já deveria ter ocorrido, acho que
podemos brigar por isso em nível estadual. Devemos também conversar com o Ver.
José Fortunati no sentido de que a Câmara e a Assembléia, talvez, se juntassem
no sentido de fazer um trabalho conjunto; quem sabe pudéssemos sediar aqui um
seminário onde reuníssemos representantes parlamentares dos três níveis –
municipal, estadual e federal – para fazermos um movimento em conjunto, esta
Casa sediando isso fisicamente a partir dessa iniciativa da entidade aqui
representada pela Prof.ª Marianne Stumpf.
Nós
que não temos deficiência temos obrigação de participar dessa luta. Acho que
sempre a democracia é menor quando todos não participam, e quero uma democracia
maior. Então, a mim, particularmente, isso interessa muito.
Temos
conquistado algumas coisas. Ainda ontem conversava sobre um seminário nacional
que vamos ter sobre comunicação e cidadania, em setembro, na Bahia, e
verificamos como hoje temos várias alternativas de trabalho com a comunidade.
Mas, se com relação a essas comunidades que têm problemas de comunicação, no
caso, por deficiência de algum canal natural do ser humano, não pudermos ajudar
nisso também, não adianta ficarmos imaginando outras coisas.
Quero
agradecer a vocês, aos alunos que aqui estão, e dizer que, pelo menos, de nossa
parte, minha e do Ver. Paulo Brum, estamos à disposição pessoal, política e
partidariamente. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em nome dos trinta e três Vereadores
desta Casa, quero agradecer à Sr.ª Marianne Stumpf, Diretora Regional da
Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos, pela sua presença, e
dizer-lhe que, com toda a certeza, esta Presidência e a atual Mesa Diretora
vão-se empenhar ao máximo para verificar as condições técnicas e implantar a
linguagem dos surdos na TV Câmara. Neste momento estamos trabalhando em
parceria com a TV da Assembléia Legislativa e tenho a certeza de que o Presidente
da Assembléia Legislativa, Deputado Sérgio Zambiasi, e a Mesa Diretora daquela
Casa certamente farão uma parceria com esta Câmara para que possamos avançar e
implantar a linguagem dos surdos também na nossa TV. Obrigado pela presença.
Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 09h47min.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati – às
09h49min): Registramos a
presença entre nós do CIMETI Paulo Freire, alunos do SEJA - Serviço de Educação
de Jovens e Adultos -, que nos dão também a honra e alegria de estarem entre
nós.
Como
é do conhecimento público, na última quarta-feira, o nosso colega Ver. Juarez
Pinheiro acabou sendo agredido após a Sessão Ordinária que realizamos nesta
Casa. Para tomarmos as providências cabíveis no sentido de darmos a devida
proteção ao Ver. Juarez Pinheiro e à sua família, no dia de ontem solicitamos
uma audiência com o Secretário da Justiça e Segurança do Estado, José Paulo
Bisol. A audiência foi marcada para às 10h, e, por isso, esta Presidência
convida as Lideranças para que nós, sem interrompermos a Sessão, possamos
rapidamente ir até a Secretaria de Segurança do Estado para participarmos dessa
audiência. Solicito ao primeiro Vice-Presidente, Ver. Carlos Alberto Garcia,
que assuma a Presidência dos trabalhos.
O SR.
PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Passamos às
O
Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra em Comunicações.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
abordei aqui no tempo da Liderança do PSDB, na quarta-feira passada, textos
publicados no jornal SATED - do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Artes
Cênicas do Estado do Rio Grande do Sul, denunciando manobras, ameaças e
tentativas de cooptação por parte da Secretaria Municipal de Cultura contra o
segmento da cultura, fatos ocorridos, de um lado, na última assembléia, no
último Conselho Municipal de Cultura.
Quero-me
referir a um artigo do ator e cenógrafo Humberto Lopes em que faz denúncias
mais objetivas sobre o episódio específico, que é a Companhia de Arte. Para
lembrar ao espectador que acompanha esta Sessão da Câmara, para lembrar aos
Srs. Vereadores, especialmente aos Vereadores da situação, a Companhia de Arte
está situada na subida da Rua da Praia, logo depois da Rua Dr. Flores, entre a
Dr. Flores e Rua Senhor dos Passos, e é um prédio pertencente à Caixa Econômica
Federal. A Caixa Econômica Federal, na sua reorganização, pretendia vender esse
prédio; instados pelo segmento cultural da Cidade, que lá atua há muitos anos
nos vários andares do prédio, ali há salas de aula, salas de ensaio, há o
teatro da Companhia de Arte e assim por diante, políticos de todos os Partidos
reuniram-se em diferentes momentos, o Ver. José Fortunati, na época Deputado
Federal, ainda em nome do PT, participou também, trabalhamos pessoalmente com a
Deputada Federal Yeda Crusius, com a Presidência da Caixa Econômica Federal e,
numa primeira vez, depois numa segunda vez, conseguimos sustar leilões do
prédio. E, depois, num encaminhamento negociado, conseguimos que aquele prédio
fosse repassado à Prefeitura Municipal de Porto Alegre, que faria uma
administração colegiada daquele espaço. Pois, surpreendentemente, nas últimas
semanas, a Secretária Margarete Moraes, de curta memória, resolveu adonar-se do
prédio com o seu grupo da Secretaria Municipal de Cultura e, simplesmente,
marginalizar os artistas que foram os grandes lutadores por aquele espaço. A
Secretaria Municipal de Cultura não fez absolutamente nada, muito menos a
Secretária Margarete Moraes.
Leio
o artigo: “O exercício do poder leva algumas pessoas a se sentirem donas da
verdade, agindo de forma totalitária e dogmática. Na última Conferência
Municipal de Cultura tivemos a oportunidade de assistir a uma demonstração
desse tipo de comportamento por parte de alguns membros da Secretaria Municipal
de Cultura, desrespeitando a categoria dos trabalhadores das artes cênicas,
representados pelo seu Sindicato SATED- Rio Grande do Sul. Agiram de forma
sorrateira e dissimulada para trair um compromisso já assumido. Eu, como outros
componentes da junta governativa desse Sindicato” - diz Humberto Lopes –
“senti-me frustrado e externei de forma veemente a minha insatisfação e
discórdia com os rumos tomados, talvez de forma extremada e acalorada,
certamente passional, mas digna, pois na defesa da conquista da classe
artística. Para o Conselho Municipal de Cultura, a deselegância estava no
excesso dos meus atos, e não na atitude traiçoeira do Poder Público.” É
evidente que o Conselho Municipal de Cultura hoje é um adendo, é uma joinha
rara dependurada na orelha da Secretária Margarete Moraes. “Deselegante foi o
silêncio e a reação ensaiada de alguns membros da Secretaria Municipal de
Cultura que mudaram o seu discurso com relação aos rumos da Companhia de Arte,
diante de uma surpreendente proposta de um companheiro de alterar a forma de
conduzir a administração daquele espaço que já existe, consolidado pelo
trabalho de homens e mulheres que lutam pelo reconhecimento e qualificação da
cultura de nossa Cidade. As entidades que hoje estão instaladas naquele espaço assumiram
em termos de responsabilidade uma série de atividades e vejo nessa tentativa de
minimizar a influência do Sindicato na administração da Companhia de Arte uma
maneira de subjugá-lo e reduzir a sua força política. É também um jogo, uma
queda-de-braço entre facções políticas dentro do PT, onde aqueles que hoje
comandam a Secretaria Municipal de Cultura pensam em vencer os seus oponentes,
prejudicando essas entidades que, desde sempre, muito fizeram justamente pela
cultura do Município.”
Sr.
Presidente, eu requeiro o tempo da Liderança do PSDB para concluir a leitura do
texto.
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra em Comunicação
de Líder, com a anuência do Ver. João Antonio Dib.
O
SR. ANTONIO HOHLFELDT: Obrigado,
Ver. João Antonio Dib, que utilizaria também a Liderança pelo PPB.
“Sim, companheiros, o que
estamos vendo é uma Secretária que tem um xerife capaz de afirmar que nós,
membros da junta governativa do SATED, Rio Grande do Sul, não estamos na legalidade
e, portanto, se não existimos de direito, não existimos de fato. Por essa razão
não podemos solicitar ao Prefeito uma audiência pública para tratar dos
destinos da nossa Companhia de Arte. Esse mesmo senhor vem nos ameaçar, dizendo
que este ou aquele profissional não mais trabalhará com a Prefeitura, e que por
termos publicado um apedido nos jornais da Capital, que é um direito de
qualquer cidadão, havíamos batido no teto. Nem como artista, nem como cidadão,
tenho interesse em bater no teto ou bater de frente com o Poder Público ou não,
mas não me calarei diante de atitudes indignas de pessoas que ocupam cargos
importantes, principalmente em uma Administração que ajudei a eleger e sempre
apoiei. Quanto ao boato de que o SATED não apóia ou reconhece a Conferência
Municipal de Cultura, devo dizer que é difícil acreditar na seriedade de uma
proposta de discussão onde pessoas que são remuneradas pelos organizadores da
mesma têm direito a voto e poder de impedir uma discussão sobre o destino de um
espaço importante para a comunidade. Aí, compadre, legítimo é ser deselegante e
bater no teto.”
Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, ao longo de mais de três anos, venho denunciando
constantemente as atitudes da Secretária Margarete Moraes. Desrespeito,
cooptação, ameaças, desvios de verbas públicas e uma série de coisas. O
Prefeito Raul Pont, e , hoje, o Prefeito Tarso Genro fazem ouvidos de mercador.
Quem sabe o futuro Prefeito João Verle resolva ouvir. Estes artigos do jornal
SATED não são firmados por gente de oposição, são firmados por artistas, talvez
alguns que elegeram, inclusive, a Secretária. Certamente elegeram o Prefeito e,
talvez, o Governador, mas não agüentam mais os desmandos, o autoritarismo e o
desrespeito da Secretária Margarete Moraes e, como diz no artigo, dos seus
xerifes. Infelizmente, boa parte também de gente oriunda da área cultural que,
no entanto, entrega a sua dignidade, o seu respeito, o seu companheirismo, por
uns míseros centavos de real para ter um cargo de confiança, virar um CC, mudar
o discurso e trair os seus companheiros.
Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, nem no período da ditadura nós vimos coisas
semelhantes, nos períodos mais difíceis que este País enfrentou no pós-64. Nós
tivemos Prefeitos profundamente dignos nesta Cidade que, embora nomeados - e
incluo entre eles o Prefeito João Antonio Dib na ocasião -, sempre respeitaram
as atividades de cultura, e lá pode atuar gente que aceitava o regime de 64, e
gente, dentre outros, como eu, que não nos resignávamos a esse regime, mas fomos
respeitados enquanto trabalhadores da área da cultura; não nos ameaçaram, não
nos cooptaram e não nos desrespeitaram, pelo contrário, tivemos
contraditoriamente tanto em nível federal quanto em nível estadual ou
municipal, em alguns momentos, um desenvolvimento cultural excepcional
justamente durante a ditadura. Agora que estamos na democracia, agora que temos
a administração de um Partido alegadamente democrático, como é o PT, o que nós
temos visto envergonha a cidade de Porto Alegre, e não vou falar do Estado,
porque é mais complicado ainda, mas basta ver o número de demitidos e
demissionários na Secretaria de Cultura do Estado. Três vezes pior na
Secretaria Municipal de Cultura: só no ano passado, cinco coordenadores
entraram e saíram porque não agüentaram a Secretária. Aliás, a Secretária
Margarete Moraes é muito objetiva: faz sombra, ela demite; faz sombra, ela dá
um jeito de engendrar um esquema tal de pressão que o sujeito sai. É só a
Secretária que reina; e o pior é que reina mal, porque, se reinasse bem, até
teria o direito.
Então,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estou registrando aqui, denunciando
publicamente, a partir da publicação do SATED, que mais uma vez a Secretária da
Cultura, Margarete Moraes, desrespeita a cultura. Fica evidente, mais uma vez,
que ela só usou a cultura para se eleger, depois virou as costas à cultura.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. MARIA CELESTE (Requerimento): Solicito que se faça um minuto de
silêncio pelo falecimento, no dia de ontem, da companheira, grande mulher, Dona
Hilma Klein Cardoso.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
Façamos, então, um
minuto de silêncio, por solicitação da Ver.ª Maria Celeste.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
O
Ver. Beto Moesch está com a palavra em Comunicações.
O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje é o Dia Mundial da Água. Portanto, gostaria
de aproveitar este espaço para refletirmos e, ao mesmo tempo, chamar a atenção
para um fato específico que acontece em Porto Alegre e no Estado do Rio Grande
do Sul. Finalmente, a opinião pública mundial está sensibilizada com o problema
dos recursos hídricos: escassez de água, falta de quantidade de água, meu
querido Presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, Ver. Dr. Goulart - extremamente
preocupado também com esse tema, especificamente o saneamento básico -,
escassez de água, ou seja, problema de quantidade de água, e qualidade da água,
são os dois gravíssimos problemas que a humanidade enfrenta hoje. Já existem
verdadeiras guerras diplomáticas por causa da água em vários países e,
inclusive, em algumas cidades brasileiras. Nós, do Rio Grande do Sul, temos, em
algumas regiões, principalmente na parte sul do Estado, sérios problemas de
água, porque os banhados foram drenados, assoreados, e assim por diante.
Há
aquela falta de concepção do desenvolvimento sustentável, o progresso a
qualquer custo. Nós somos vítimas, justamente, desse processo. E mais: a falta
de visão da interligação, de que a natureza interage; ou seja, se nós comprometermos
a flora, se nós comprometermos o solo, nós comprometeremos a água. Tudo se
interliga, é a lei da natureza, e nós temos que respeitá-la, senão nós seremos
vítimas desse processo.
Do
total de água existente no mundo, menos de 1% está acessível para a humanidade
beber. É o suficiente? Em boa parte sim. Mas, justamente, é um bem precioso. É
um patrimônio inestimável que temos que preservar para as presentes e futuras
gerações, pois disso depende o desenvolvimento socioeconômico da humanidade. Para
fazer frente a essa realidade, foi estabelecido o sistema nacional e estadual
de recursos hídricos, onde os Comitês de Bacias Hidrográficas, constituídos
pela comunidade, pelo poder público, pelos usuários, é que deliberam e decidem
sobre o uso nas respectivas bacias hidrográficas.
Nós,
por exemplo, aqui, estamos na bacia hidrográfica do lago Guaíba. Eu represento
esse comitê pela Câmara de Vereadores. O Ver. Dr. Goulart representa o outro
comitê, que é o do Gravataí, do qual Porto Alegre também faz parte. Porto
Alegre integra duas grandes bacias hidrográficas: Gravataí e lago Guaíba. Isso
é estabelecido por região, ou seja, por bacia hidrográfica. Os comitês foram
constituídos para auxiliar os governos a gerir as águas. Aí está o grande
problema que quero levantar. Todos os comitês estão pedindo audiência ao
Governador do Estado, porque não estão recebendo os recursos necessários -
recursos humanos e financeiros - para justamente poderem funcionar os comitês
de bacias hidrográficas. No comitê do lago Guaíba, do qual nós, Câmara de
Vereadores, fazemos parte, é a mesma situação: a Prefeitura não estava
repassando os recursos já estabelecidos pelo Orçamento do Município. Isso é
muito grave! No Dia mundial da Água isso deve ser levantado, porque está em lei
que, para gerir as águas, o Governo do Estado e dos Municípios - principalmente
o Governo do Estado - devem dar garantias aos comitês para que funcionem,
porque auxiliam na gestão pública, mas não estão recebendo. E mais: as agências
de bacias hidrográficas, que justamente são órgãos para auxiliar os comitês,
ainda - pasmem -, não foram criadas pelo Governo do Estado. A Lei é de 1994, é
a Lei nº 10.350/94, que institui o Sistema Estadual de Recursos Hídricos:
criam-se as agências de bacias hidrográficas, que são o elo de ligação dos
comitês com o Governo. Não foram criadas ainda! Como gerir as águas se o
Governo não faz a sua parte? Sempre fica sobrando para as comunidades, neste
caso os comitês de bacias hidrográficas. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
O Ver. João Antonio Dib
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quando
da criação da Tribuna Popular na Lei Orgânica eu confesso que não tive muita
expectativa de que seria uma boa coisa. São raras as aparições da comunidade na
Tribuna Popular que me impressionaram. A primeira eu acho que foi da AIAMU,
quando trouxe os lançamentos que se faziam na carga geral de impostos do
Município, e eu não via onde ia o dinheiro do IPTU. E até hoje ninguém me
explicou. Mas a que mais me impressionou foi a da sexta-feira passada, quando o
Presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, Dr. Paulo de Argollo
Mendes, usou o tempo da Tribuna Popular. Ele me deixou preocupado com a saúde -
aliás, é uma preocupação que eu sempre tive, porque todos os anos coloco nas
Lei de Diretrizes Orçamentária - e o Prefeito aprova - um laboratório para
fazer produtos farmacêuticos que faltam para os doentes desta Cidade,
especialmente os doentes menos aquinhoados.
E
o Sindicato Médico e o Movimento das Donas de Casa fizeram um levantamento nos
diferentes postos de saúde: no Centro de Saúde Modelo, faltava 31% dos
medicamentos; no Santa Marta, faltava 20% dos medicamentos; na Vila dos
Comerciários, faltava 40%; lá no IAPI não deixaram fazer o levantamento.
Vou
ler uma colocação que ele fez como médico. Ele disse: “Falo como médico, o mais
assustador desse quadro é que faltam medicamentos de uso contínuo, cuja interrupção
pode gerar conseqüências irreparáveis. Por exemplo, faltam anti-hipertensivos.
E a interrupção do uso de medicamentos para a pressão pode fazer com que a
pessoa venha a sofrer um acidente vascular cerebral – o que as pessoas chamam
de derrame -, e ficar, como conseqüência disso, hemiplégica, ficar paralisada
de um lado. Isso é um dano irreparável para essa pessoa, para a sociedade e
para a sua família. De maneira que nós reputamos a falta desses medicamentos
como assunto da maior gravidade. Têm faltado também medicamentos
antipsicóticos. Para se avaliar o que isso representa em termos de sofrimento
para aqueles que vão buscar essa medicação e não a encontram...” Ele diz
adiante: “...essa doença é controlada por medicamentos, o paciente fica fora de
surto, recebe alta hospitalar e, por falta de medicamentos, que não são caros,
interrompe o tratamento e pode fazer novo surto psicótico, voltar a colocar em
risco a sua própria vida e a dos outros e ter que ser reinternado, com todo o
sofrimento que isso vai, de novo, representar para si mesmo e para a sua
família. Assusta-nos ainda mais quando vemos a Secretária Substituta da Saúde
do Município – quando nós denunciamos esse fato – vir à imprensa dizer que isso
é natural e normal.”
Continua
adiante: “A saúde da população de Porto Alegre precisa ser contemplada com uma
seriedade e com uma preocupação que vá além desses pequenos feudos.” E ele diz
que: “A Secretaria de Saúde do Município tem sido, ao longo dessa década, uma
verdadeira pedra de moinho amarrada nos pés do Governo Municipal. Poucos
Municípios têm uma saúde tão ruim quanto Porto Alegre.” Esse é o Sindicato
Médico do Rio Grande do Sul, preocupado com os pacientes menos aquinhoados.
Eu
já havia dito desta tribuna, quando pedi que se fizesse o laboratório
farmacêutico, pensando, inicialmente, nos servidores municipais que, quando
procuram um médico nos ambulatórios das Secretarias, quando o médico pega a
caneta para fazer a receita, dizem: não, doutor, porque eu não posso comprar o
remédio. Não quero.
Mas
eu não estaria aqui fazendo a tolice de apenas repetir a colocação do
Presidente do Sindicato dos Médicos, se eu não tivesse, depois de raciocinar
sobre a Tribuna Popular, voltado no tempo: quando a Prefeitura recebeu o
dinheiro do SUS, na primeira remessa que veio, o que fez a Prefeitura? Entregou
para aqueles que deveriam receber? Não, colocou no sistema financeiro. E esta
Casa denunciou - era Vereador o hoje Deputado Eliseu Santos – e nós fomos
verificar e o dinheiro estava no sistema financeiro depositado, não passou para
quem devia, ou seja, para os hospitais. E nós terminamos o ano de 2001 com a
Prefeitura tendo no sistema financeiro 123 milhões 394 mil 607 reais aplicados,
contrariando aquilo que deve ter um Orçamento: ser equilibrado. Sobrava dinheiro
na Prefeitura. Será que esse dinheiro não era o dinheiro do SUS, que repassou
para a Prefeitura mais de 330 milhões de reais? Será que não era de lá? Será
que a saúde não estava comprometida porque o Prefeito prefere aplicar no
sistema financeiro e ganhar 1,2% ao mês? Mas quanto vale uma vida? A vida vale
menos ou o dinheiro vale menos? E não era só o que ele tinha. Ele tinha 45
milhões e meio de reais em caixa, depois de pagar o funcionalismo, inclusive o
décimo terceiro salário. Mas ele também tinha dinheiro vinculado para obras da
III Perimetral. Então, o Prefeito que não chegou a assumir a Prefeitura, mas já
vai sair, ficou me devendo uma resposta: o que é que vale mais, o dinheiro
aplicado no sistema financeiro ou a vida do munícipe? Eu espero que o novo
Prefeito assuma e responda esta pergunta. Usem dinheiro para que não faltem
medicamentos nos postos de saúde, o que é um crime. Saúde e paz! Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Voltamos ao Período de Comunicações. O
Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra em Comunicações.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs
Vereadoras, nessa terça-feira tivemos a oportunidade de participar do ato de
assinatura da Fundação de Esporte, Recreação e Lazer. Entendemos que a criação
desta Fundação foi um avanço na área esportiva, mas o que o meio esportivo do
Rio Grande do Sul, em todos os segmentos, quer é a criação de uma Secretaria
Estadual de Esportes. Secretaria esta pela qual há muitos anos se luta.
Exatamente
há dezenove anos, em 1983, o esporte tinha um departamento na Secretaria de
Educação. Em 1983 foram criadas três subsecretarias: de Cultura, de Esportes e
de Turismo. Mais adiante, a Subsecretaria de Turismo virou Secretaria de Turismo
e a Subsecretaria de Cultura virou Secretaria de Cultura e fizeram uma fusão,
criando a Secretaria de Turismo e Cultura. Com evolução, a Cultura teve uma
Secretaria própria e o Turismo uma Secretaria só do Turismo. O Desporto, até
1995, continuou como Subsecretaria, que era única no Estado. A partir de 96 foi
extinta a Subsecretaria de Desporto e passou novamente à condição de
departamento. E agora esse departamento foi guindado à Fundação. Entendemos que
a Fundação é muito importante, porque consegue gerir recursos próprios, ter
mais agilidade administrativa, mas, em compensação, entendemos que para obter o
poder administrativo como um todo ainda falta uma evolução maior, e é por isso
que, cada vez mais, estamos postulando que, com urgência, o Governo do Estado
crie uma secretaria estadual de esportes, para cuidar do fomento de todas
atividades esportivas, sejam no âmbito comunitário, no âmbito do desporto de
alto nível, no âmbito do desporto escolar, ou no âmbito do desporto
universitário. Ainda mais: queremos que nas séries iniciais as atividades sejam
contempladas com profissionais da Educação Física.
Recentemente
se criou - e até utilizei esta tribuna - um processo de autofagia com os
professores, na questão da unidoscência. São profissionais, mas que não
conhecem nada da lida específica da atividade esportiva, como conhece um
profissional professor de Educação Física. É isso que defendemos.
Como
Vereador esta é uma luta, e esperamos que o Governo do Estado possa resgatar o
quanto antes, dando aquilo que a maioria dos países têm e que grande parte dos
Estados brasileiros possuem: uma Secretaria Estadual de Esportes. Essa é a
nossa reivindicação atual. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Apregoamos Requerimento de
desarquivamento do PLL n.º 258/01, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt; do
PLCL n.º 017/01, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt; Requerimento de
desarquivamento do PLL n.º 298/01 de autoria do Ver. João Carlos Nedel.
Apregoamos
o PLCL n.º 004/02, de autoria do Ver. Luiz Braz.
O
Ver. Cassiá Carpes está com a palavra em Comunicações.
O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, em exercício, Ver. Paulo
Brum, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, quero falar em relação a
esse processo do esporte, projetos de natureza às vezes federal, estadual,
municipal. Temos a nossa Comissão aqui, junto com o Ver. Carlos Alberto Garcia,
que está estudando essas proposições para que nós possamos alavancar a prática
do esporte na nossa Cidade, como um elemento importante para a sociedade, como
um projeto global para Porto Alegre, onde temos o problema dos tóxicos, da
insegurança. Nós devemos fazer a nossa juventude praticar mais esporte,
portanto, ter um projeto. Nós não temos é um projeto para o esporte no Brasil;
nós temos benesses, ou seja, nós temos a cultura de dar um ginásio municipal às
cidades ou até às escolas, mas não de darmos um projeto para a elaboração de um
esporte, seja de várzea, seja amador ou colegial. Portanto, Ver. Carlos Alberto
Garcia, o que estamos fazendo na Comissão é muito bem-vindo; temos tirado dali
muito proveito, opiniões variadas da comunidade para que possamos dar a nossa
colaboração, mas não existe um projeto nacional para o esporte. Existem algumas
preferências, mas nós podemos separar entre o esporte profissional, o de clubes
sociais, que também é profissional, o amador, que já não é mais amador, e o de
várzea - temos de fazer uma separação aí -, e, portanto, este momento vem
propiciar que nós possamos debater isso que é tão importante no Brasil, que é o
esporte, que está muito longe daquilo que queremos.
Eu
queria solidarizar-me com o Presidente da Casa, Ver. José Fortunati, em nome da
Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, repudiando a agressão que sofreu o
nosso colega Ver. Juarez Pinheiro. Um ato lamentável; isso não é política, é
vandalismo, é barbárie, são pessoas que não podem estar na sociedade; isso tem
de ser averiguado com muita profundidade. Nós já temos mais ou menos um
caminho, e sabemos de onde vem isso, mais realmente estamos com o Ver. Juarez
Pinheiro para que possamos apurar as conseqüências para que não venham a ser
cometidos novos atos nesse sentido contra qualquer outro Vereador. A democracia
não se faz dessa forma. A força de opinião aqui nesta tribuna é de oposição, é
de situação, é independente, é de cada Vereador.
Também
quero aproveitar a oportunidade de fazer um levantamento e continuar a minha
análise sobre o candidato do Partido dos Trabalhadores, Tarso Genro, “Para
continuar mudando”. Fico a pensar: mudando o quê? O Tarso Genro, espertamente,
malandramente, faz um péssimo governo em Porto Alegre - na outra gestão até
acho que foi bom - e procura, sabendo que não vai conseguir fazer um governo
bom até 2004, disparar para a possibilidade de ser Governador do Estado. Fica com
a imagem de light, que não é light, tem uma imagem diferente da de
Olívio, que é mais carrancudo, tenta enganar a sociedade, enquanto nós sabemos
que a Saúde Pública de Porto Alegre é um caos, e isso foi dito aqui, além de
nós constatarmos, pelo Presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul. No
DMAE, fez um tarifaço de 17,98%, praticamente 18%, que o Ministério Público
está averiguando; aumenta as passagens de ônibus; o Centro de Porto Alegre está
um caos e, portanto, o Prefeito não quer assumir essa responsabilidade, quer
logo sair de Porto Alegre e enganar o povo do Rio Grande. Nós vamos debater
isso com muita profundidade, vamos alertar o povo do Rio Grande, dizendo que o
Prefeito não cumpriu as suas tarefas em Porto Alegre. Não fez nada neste um ano
de mandato, e quer fugir da responsabilidade, querendo governar o Estado do Rio
Grande do Sul.
Ontem
estive debatendo com a Ver.ª Sofia Cavedon, que mostrou uma incoerência. Ela
não apóia o seu Prefeito, apóia o Governador Olívio, que não teria condição
nenhuma de ganhar e nem ganhou dentro do seu Partido, apóia o Olívio e não o
Tarso, porque sabe que em Porto Alegre o Tarso é um fracasso; não existe o
Governo Tarso com um ano e pouco de mandato.
Ontem
uma pessoa que é do nosso Partido, estava sendo filmada no Orçamento
Participativo, não deu autorização, não existe a sua voz, apenas a sua imagem
no Orçamento Participativo, que mostra o Cidade
Viva, que não é a Cidade que nós estamos visitando em Porto Alegre.
Portanto, nós vamos desmistificar esse aspecto de Tarso ser candidato a
Governador, quando ele não cumpriu as tarefas de casa, que são governar
primeiro Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a
palavra em Comunicações. Ausente.
O
Ver. Dr. Goulart está com a palavra em Comunicações.
O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, subo a esta tribuna para uma pequena reflexão.
Perguntam-me as gentes por onde ando, nas vilas e arredores de Porto Alegre,
onde desempenho a função comunitária: “Dr. Goulart, o que são dos projetos da
saúde que falavas antes e por que lutas agora?” E eu não soube o que lhes
responder! Eu não soube o que lhes dizer, o que falar para as gentes! Porque de
todos os projetos que apresentei, aqui, para a Saúde, apenas um foi votado,
aprovado por unanimidade e rejeitado pelo Prefeito. Depois voltou para cá e eu
não sei quando nós poderemos discutir. Sobre isso, vou falar depois.
Todos
os projetos apresentados pelo único Vereador que é médico, todos os projetos
apresentados por um Vereador que não é só médico, que é médico de ponta, que
atende povo, que atende quem precisa, quem sofre e não consegue planos de
saúde, portanto, projetos de um homem que trabalha com o Sistema Único de
Saúde, o SUS, Senhores e Senhoras, nenhum projeto aprovado!
E,
nesse sentido, eu refleti mais um pouco: aqui se debruçou todo o Parlamento
para lutar a favor ou contra o capital, não contra a doença. Por isso, quando o
Ver. João Antonio Dib fala que os dinheiros estão guardados – e o que vale
mais, o dinheiro ou a pessoa que está doente? -, eu digo: é verdade. Amém,
decano Ver. João Antonio Dib! Amém! Porque aqui se falou demorada e
estrondosamente, suspendeu-se Sessões por causa do problema de dinheiro, por
exemplo, do Montepio. O Parlamento suspendeu Sessão, retirou quórum, brigou
pelo IPTU. Finalmente, não resolvemos ainda, por esse entrave entre a
comunidade e empresários, a luta das antenas. Claro que faz mal ao doente e é
claro que este médico sabe que o avanço faz com que se discuta o capital, se
discuta o avanço, que se discuta o dinheiro; mas, e a saúde? Quando é que vamos
votar um projeto que seja bom para o povo? O povo que não consegue consulta.
Quando é que vamos votar um projeto para a terceira idade consultar nos postos
de saúde, quando de lá é escorraçada? Quando é que vamos aprovar um projeto que
dá 80% de exames preventivos de câncer para a mulher? O Governo Federal lança
na televisão uma campanha apenas para mulheres entre os trinta e cinco e
quarenta e nove anos, esquecendo-se das mulheres com menos de trinta e cinco
anos! E a mulher com menos de trinta e cinco anos não tem lesão pré-câncer? São
as que mais têm! É só pegaram a faixa onde mais morrem mulheres: de trinta e
cinco anos a quarenta e nove anos. Mas não é aí que se tem de fazer prevenção;
prevenção deve-se fazer antes da mulher estar doente, e aí o nosso projeto de
80% das mulheres fazer o preventivo não é nem discutido aqui neste Parlamento!
Para
que eu estou aqui? Para que eu fui eleito? Para que sou médico do SUS? Para
trazer-lhes os nossos desesperos de serem vetados ou nem discutidos, porque
temos de discutir o que os empresários apresentam. Claro que temos, mas só isso
não! Temos de discutir o capital, o avanço, mas uma ação de saúde, pelo menos,
em cada Sessão, deve ser discutida, pelo menos uma, por quê? Porque não tem
dinheiro envolvido, é o pessoal pobre quem sofre. É por isso que não se
discute. Por que só podemos discutir quando existe muito dinheiro ou pouco envolvido?
É impossível, Srs. Vereadores.
Ver.
Beto Moesch, ajude-me na Comissão de Saúde e Meio Ambiente a lutarmos pelos
nossos propósitos. Nós precisamos, pelo menos, discutir, já que não querem
aprovar a doença, a prevenção, a saúde e a mulher abandonada na prevenção do
câncer. Apoiem-me Srs. Vereadores, porque eu estou aqui por um mandato popular,
estou aqui em nome do povo. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra
em Comunicações. Ausente. A Ver.ª Maria Celeste está com a palavra em
Comunicações, por cessão de tempo do Ver. Ervino Besson.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente em exercício, Ver. Paulo
Brum, Sr.ªs Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores.
Gostaria de iniciar com uma reflexão que o Ver. João Antonio Dib colocou na sua
fala que diz: “Quanto vale uma vida? Quanto vale uma vida de um cidadão de
Porto Alegre? Quando vale uma vida de um companheiro, de um Vereador desta Casa
que foi ameaçado e espancado nesta semana?”
Acho
que esta reflexão tem de ser feita e tem de ser aprofundada. Nós tivemos, na
semana passada, também aqui nesta tribuna, feita a denúncia de um outro
companheiro, o Ver. Adeli Sell, que vem recebendo ameaças, inclusive, com
pichações no seu carro, como ele nos mostrou.
Quanto
vale a vida de um parlamentar? Quanto vale a palavra de um parlamentar? Atos
como este, esta Casa, estes Vereadores e Vereadoras vão repudiar sempre, porque
nós temos a total liberdade de falar, de parlar nesta Casa. Portanto, não
adiantam ameaças, não adianta nem mesmo espancamento! Nós não vamos nos calar!
O Sr. Raul Carrion: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Ver.ª Maria Celeste, rapidamente, queria trazer a solidariedade do
PC do B contra a agressão ao nosso companheiro, Ver. Juarez Pinheiro. Na
verdade, inclusive, naquela noite, me encontrava em casa estudando, quando
recebi o telefonema do Ver. Juarez Pinheiro pedindo que eu contatasse os
companheiros do PT, talvez, porque ele estivesse com o meu telefone mais à mão.
Estivemos, ontem, juntos, na casa dele para prestar a solidariedade e acabamos
de retornar da visita ao Secretário de Segurança, que nos garantiu a máxima
rapidez nas averiguações. E queria só completar dizendo que não é só uma
agressão a uma pessoa que, por si só, já seria terrível. Mas, hoje, está-se
agredindo a Câmara Municipal de Porto Alegre, está-se agredindo à instituição e
tentando atemorizar os Vereadores, algo que não conseguirão.
Então,
o nosso apoio à colocação da Vereadora e a solidariedade do PC do B contra
esses bandidos que estão procurando atemorizar os homens e as mulheres eleitos
pelo povo para representá-los.
A SRA. MARIA CELESTE: Perfeito, Ver. Raul Carrion, não poderia
ser diferente, assim como a solidariedade dos demais Partidos, de todos que
compõe esta Casa. Mas eu penso que nós temos que estar sempre referendando e
dizendo que não vão nos calar. Assim como o Ver. Pedro Américo Leal vem a esta
tribuna e, por várias vezes, faz pronunciamentos fortes, defendendo a democracia
representativa desta Casa. O processo é esse mesmo, é nós aqui, como
representantes do povo de Porto Alegre, não podemos nos calar e vamos estar
lutando contra todas essas injustiça e ameaças que foram expressadas aqui pelo
Ver. Adeli Sell e, esta semana, lamentavelmente, pelo Ver. Juarez Pinheiro.
O Sr. Ervino Besson: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Ver.ª Maria Celeste,
nós também queremos aqui nos solidarizar com o nosso colega, o Ver. Juarez
Pinheiro, por essa terrível agressão que ele sofreu, e também estender a minha
solidariedade a todas as pessoas que são violentamente agredidas no dia-a-dia
da nossa Cidade de Porto Alegre. Sou grato pelo aparte, Vereadora.
A SRA. MARIA CELESTE: Obrigada, Ver. Ervino Besson. Um outro
ponto que eu queria abordar, que me provocou o debate, foi a manifestação do
Ver. Cassiá Carpes, que, lamentavelmente, não está aqui no Plenário agora. Ele
atacou, de uma certa forma, a Ver.ª Sofia Cavedon, dizendo do apoio que ela
teria dado ao nosso Governador Olívio Dutra nas prévias do nosso partido. Eu
queria dizer ao Ver. Cassiá Carpes que esta Vereadora que fala também apoiou o
Governador nas prévias. No Partido dos Trabalhadores, nós temos o hábito de
discutir e ter um espaço democrático de discussão, de apoio. Nós tínhamos um
bom problema para resolver e, conseguimos resolver esse problema, indicando
como nosso candidato o nosso Prefeito Tarso Genro. Digo um bom problema, porque
nós temos grandes nomes no Partido. Que bom que todos os Partidos pudessem também
ter grandes nomes como nós temos, do nosso Governador Olívio Dutra, do nosso
Prefeito Tarso Genro. Esse foi um bom problema para resolver. E, certamente, a
escolha que fizemos na prévia, nós, eu digo eu e a Ver.ª Sofia Cavedon, porque
foi citada, nós amadurecemos, respeitamos a escolha, e o nosso candidato é o
Prefeito Tarso Genro.
Quero
dizer também que o Prefeito Tarso Genro está muito credenciado para o Governo
do Estado. Ele não cumpriu apenas um ano de mandato, ele foi Vice-Prefeito
desta Cidade por quatro anos, depois Prefeito por mais quatro anos. Então o
nosso Prefeito, candidato Tarso Genro, tem uma experiência ampla na Cidade de
Porto Alegre, que vai levar para o governo do Estado. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. José Fortunati está com a palavra
em Tempo de Presidente.
O SR. JOSÉ FORTUNATI: Meu caro Ver. Paulo Brum, na presidência
dos trabalhos, caras Vereadoras e Vereadores. Todos nós fomos surpreendidos com
a agressão brutal que sofreu o nosso colega Ver. Juarez Pinheiro na última
quarta-feira. Depois de uma intensa e disputada plenária que realizamos em
torno de um projeto extremamente importante para a Cidade, que tratava das
estações de radiobase, o Ver. Juarez Pinheiro foi, como certamente todos nós,
jantar com os seus amigos e, aproximadamente, às 22h30min foi covardemente
agredido. Toda agressão por si só é covarde e merece a nossa repulsa. Mas a
forma como essa agressão se deu, de maneira traiçoeira, na medida em que o Ver.
Juarez Pinheiro caminhava em direção ao seu automóvel e foi atacado pelas
costas e depois espancado enquanto se encontrava no chão, mais do que nunca,
merece a repulsa de todos nós. Qualquer agressão, qualquer violência que seja
cometida contra qualquer cidadão desta Cidade, deste Estado e deste País,
naturalmente, merece a nossa repulsa. Levando-se em consideração que, além do
cidadão Juarez Pinheiro ter sido agredido, existem fortes indícios de que essa
agressão tenha sido também para fazer calar a voz de um dos Vereadores desta
Casa, isso assume uma importância muito maior, porque além de estarem sendo
violados os direitos básicos de um cidadão, o que perpassa na agressão cometida
na última quarta-feira contra o Ver. Juarez Pinheiro é a tentativa de intimidar
um Vereador desta Casa. Uma Casa que, ao longo do tempo, nunca se calou, que,
ao longo do tempo, teve seus trinta e três Vereadores discutindo com muita
propriedade o mérito das matérias, polemizando de uma forma muito calorosa, às
vezes, é verdade, mas sempre utilizando-se os espaços desta Casa, quer sejam as
Comissões Permanentes, as Comissões Especiais, as Comissões Parlamentares de
Inquérito e, especialmente, este Plenário para travar um profundo e profícuo
debate. As galerias desta Casa já estiveram lotadas por inúmeras vezes. Aqui
estiveram pessoas se manifestando a favor ou contra o mérito dos projetos,
aplaudindo ou vaiando os nossos oradores, os nossos Vereadores. Isso faz parte
do processo e do jogo democrático. O que não podemos admitir é que pairem dúvidas
quanto ao comportamento dos nossos Vereadores e, conseqüentemente, se tente, de
forma ilegal, de forma agressiva, fazer calar a voz de cada um de nós.
Sabemos
que a pressão é legítima, desde que ela seja feita de forma aberta, de forma
democrática. O lobby é democrático,
desde que seja feito de forma aberta, de forma explícita. Mas nós não podemos,
de forma alguma, admitir que qualquer tipo de agressão aconteça na tentativa de
se fazer calar a voz, a opinião e, principalmente, na tentativa de limitar o
mandato dado de forma absolutamente legítima pelo povo de Porto Alegre a cada
um dos trinta e três Vereadores e Vereadoras que ocupam as cadeiras neste
Parlamento.
Por
isso, no dia de ontem, ao tomarmos conhecimento da agressão sofrida pelo Ver.
Juarez Pinheiro, tomamos a iniciativa, juntamente com outros tantos Vereadores
e Vereadoras, de ir até a residência do Ver. Juarez Pinheiro para prestar a
nossa total solidariedade ao ser humano, ao Vereador, ao Parlamentar Juarez
Pinheiro. Também procuramos tomar outras iniciativas que nos pareciam
extremamente importantes. Uma delas foi a de solicitarmos uma audiência com o
Secretário de Justiça e Segurança do nosso Estado, Dep. José Paulo Bisol. No
dia de ontem, o Desembargador encontrava-se ausente do nosso Estado, mas,
prontamente, no dia de hoje, abrindo uma brecha em sua agenda, recebeu uma
comissão formada por líderes de vários partidos para discutirmos o assunto.
Solicitamos à Secretaria de Segurança uma investigação profunda com resultado
imediato sobre esse caso, porque acreditamos que, em primeiro lugar, enquanto
pairar uma dúvida sobre as reais causas dessa agressão, naturalmente acabaremos
não enfrentando com a contundência necessária esse caso. Em segundo lugar,
agradecemos o pronto atendimento que a Secretaria de Segurança deu ao Ver.
Juarez Pinheiro e a sua família. Em terceiro lugar, deixamos muito claro que outros Vereadores desta Casa têm
recebido ameaças, ameaças veladas, muitas vezes, ameaças telefônicas,
agressões, pichações em seus veículos, enfim, ameaças que não fazem parte da
história política da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, o que, a grosso
modo, é muito comum, infelizmente, em outros Legislativos em âmbito nacional,
em outras Câmaras de Vereadores, em outras Assembléias Legislativas e até
agressões ao Poder Executivo, mas um pouco distante da nossa realidade. O que
nós começamos a perceber é que, infelizmente, isso começa, teimosamente, a
pontuar as nossas preocupações, e nós não iremos permitir, de forma alguma, que
isso se torne rotina.
O
mandato de cada Vereador e Vereadora tem de ser entendido como algo intocável.
A sua opinião, a sua voz, as suas ações na defesa dos interesses que eles aqui
estão defendendo são intocáveis. Um Vereador e uma Vereadora só podem ser
punidos pelo voto popular. Todos nós, os trinta e três Vereadores e Vereadoras
desta Casa, temos de nos irmanar, para que, independentemente do mérito,
independentemente da posição que cada um dos Vereadores tenham, tem de ser
intocável, tem de ter o direito de vir a esta tribuna, de ir a qualquer parte
deste Município e defender o seu ponto de vista da forma mais altruísta e mais
reta possível.
Por
isso, como Presidente desta Casa, desejo, representando esta instituição, dizer
da nossa repulsa contra as agressões cometidas ao Parlamentar Vereador Juarez
Pinheiro. No dia de ontem, emitimos, em nome desta Casa, uma pequena nota que
dá conta da nossa posição, e passo a lê-la na íntegra: (Lê.) “A Câmara
Municipal de Porto Alegre repudia a agressão sofrida pelo Ver. Juarez Pinheiro,
do Partido dos Trabalhadores, acontecida de forma covarde na noite de
quarta-feira, dia 20, na Rua Lima e Silva, Bairro Cidade Baixa, na Capital.
Juarez Pinheiro tem a total solidariedade dos Parlamentares desta Casa. A
agressão política atinge também a Câmara Municipal. A instituição está adotando
as medidas necessárias para garantir a segurança do Vereador e de seus
familiares até a identificação dos responsáveis e o encaminhamento à Justiça.
Se os agressores tiveram o intuito de inibir ou calar um legítimo representante
do povo com este ato de violência, eles não obtiveram êxito. Este Poder
Legislativo não se acovarda diante de censuras, agressões e intimidações. A
busca de soluções para a nossa comunidade, o combate intransigente das injustiças
sociais e políticas, a defesa da liberdade e a construção conjunta de uma
sociedade mais justa continuarão a ser defendidos por todos os Vereadores.”
Esta
foi a nota oficial que emitimos no dia de ontem, não somente em defesa do Ver.
Juarez Pinheiro, mas, acima de tudo, em defesa desta instituição, que é uma
instituição de fundamental importância para que a democracia seja fortalecida e
para que nós continuemos caminhando e fortalecendo o estado democrático de
direito. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Apregoamos o Requerimento de retirada de
tramitação do Processo n.º 2096/01, PLL n.º 125/01, de autoria do Ver. Beto
Moesch. Encerrado o período de Comunicações.
Passamos
à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC.
0360/02 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 001/02, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que
dispõe sobre a obrigatoriedade de execução da Lei Orçamentária e dá outras
providências.
PROC.
0949/02 - PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO Nº 001/02, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que
susta os Decretos nºs 13.650, de 27 de fevereiro de 2002, 13.651, de 27 de
fevereiro de 2002 e 13.652, de 27 de fevereiro de 2002 e seus efeitos.
PROC.
0992/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 036/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Rua Dr. João Cesar Krieger um logradouro público não-cadastrado,
localizado no Bairro Rubem Berta.
PROC.
1065/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 021/02, que denomina Jornalista Jorge Alberto
Mendes Ribeiro a passagem de nível da Avenida Protásio Alves que transpõe a
Avenida Carlos Gomes.
PROC.
4659/01 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 120/01, de autoria do Ver. Estilac Xavier, que dá nova redação ao art. 172 da Resolução nº
1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores - Regimento da Câmara
Municipal de Porto Alegre. (da votação)
PROC.
4660/01 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 121/01, de autoria do Ver. Estilac Xavier, que dá nova redação ao § 2º do art. 228 da
Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992 - Regimento da Câmara Municipal de
Porto Alegre. (estrutura das bancadas)
PROC.
4662/01 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 123/01, de autoria do Ver. Estilac Xavier, que inclui § 5º no art.
31 da Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores
(Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre). (subcomissões)
PROC.
4666/01 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 009/01, de autoria do Ver. Estilac Xavier, que dá
nova redação ao caput do art. 81 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre.
(inclusão na Ordem do Dia)
PROC.
0729/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 024/02, de autoria do Ver. Luiz Braz, que altera
o art. 1º da Lei nº 4.555, de 30 de abril de 1979, e alterações posteriores, que
autoriza o Município a permitir licenças para o exercício do comércio ambulante
e dá outras providências.
3ª SESSÃO
PROC.
0684/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO
Nº 022/02, de autoria do
Ver. Almerindo Filho, que dispensa a exigência de Alvará de Funcionamento para
Templos Religiosos.
PROC.
0962/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 057/02, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal, que inclui
dispositivos no Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre, Resolução nº
1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores.
PROC.
0970/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 018/02, que revoga a Lei nº 4.319, de 26 de
setembro de 1977.
PROC.
0971/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 019/02, que revoga a Lei nº 3.035, de 30 de junho
de 1967.
PROC.
0979/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 035/02, de autoria do Ver. Paulo Brum, que
concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Marcelo
Zaffari.
4ª SESSÃO
PROC.
0329/02 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 001/02, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que
altera o § 1º do art. 77 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre.
(publicação do veto)
PROC.
0849/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 056/02, de autoria do Ver. José Fortunati, que altera a Resolução nº
1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores, Regimento da Câmara
Municipal de Porto Alegre. (Comissão Permanente de Legislação Participativa)
5ª SESSÃO
PROC.
0649/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 050/02, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que dá nova redação a
dispositivos da Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações
posteriores, Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre. (4º Secretário)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Não temos nenhum processo em 1.ª Sessão.
Portanto, os outros processos já foram apregoados em 2.ª e 3.ª Sessão, e 4.ª e
5.ª Sessão.
O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta. Ausente. O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu hoje
vejo, com satisfação, que não entrou nenhum novo projeto na Pauta, mas, mesmo
assim, há dezessete projetos. Vou deixar que Voltaire fale por mim: “Num
Estado, a multidão de leis é o mesmo que um grande número de médicos: sinal de
enfermidade e fraqueza.”
Eu
vou analisar que, dos dezessete projetos em Pauta, sete, não menos do que sete,
alteram o Regimento desta Casa. E na Ordem do Dia há mais dois projetos para
serem votados alterando o Regimento desta Casa. Em tramitação deve haver uma
dezena alterando o Regimento da Casa. Desde que foi decretado, sancionado o
Regimento, já foram feitas onze ou doze emendas. E o que na realidade nós
precisamos é que a Diretoria Legislativa indique três nomes e mais três
Vereadores façam um novo, façam uma minuta de um novo Regimento. Porque não é
possível que, a cada dia, se apresente uma nova emenda. Em menos de dez anos
temos trinta modificações do Regimento, e não é bom. Não é bom o Regimento.
Creio que se os servidores, que vivem o problema diariamente, juntamente com os
Vereadores, três Vereadores, mas não treze Vereadores - pelo amor de Deus -,
fizessem uma minuta, nós poderíamos discutir um bom Regimento. A constituição
americana, que tem duzentos e quinze anos, tem sete artigos e vinte e sete
emendas, e é respeitada. Duzentos e quinze anos, não é menos de dez anos, e não
é um Regimento. A constituição inglesa não foi escrita e é respeitada porque
tem algo que se chama Direito Consuetudinário, e é respeitado. Nós fazemos
leis, leis e mais leis, e não respeitamos as leis. Então, a minha preocupação
permanente, quando reclamo que há um excesso de projetos em Pauta é porque nós
não conseguimos dar vencimento. Na Ordem do Dia, hoje, há cinqüenta e três
projetos de lei para serem examinados, contando os vetos.
Então,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, só um Vereador apresentou quatro emendas para
o Regimento, poderia ter simplificado fazendo um projeto só, porque cada emenda
dessas exige uma Comissão para analisá-la. Acho que é o momento de consolidar o
Regimento, estudando-o com realidade, com sinceridade, na busca de um documento
que nos sirva, que nos tranqüilize e nos dê a posição do que realmente
representa o Regimento e do que representa o Plenário desta Casa. Saúde e paz!
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra
para discutir a Pauta. Desiste. O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, público do canal 16, Ver. Isaac Ainhorn, nossa
saudação aos senhores e senhoras que assistem à Sessão Plenária. Sei que estão
aqui para discutir o projeto referente às ERBs, que é a matéria principal de
hoje na Ordem do Dia.
Estamos no período de Pauta e eu quero
fazer uma referência às colocações do nosso nobre colega, honrado Ver. João
Antonio Dib, que tratou das questões do Regimento. O Ver. João Antonio Dib tem
razão: eu sou um dos autores, talvez, do maior número de alterações do
Regimento; o fiz depois da experiência que passei aqui ainda no ano passado.
Certamente não é uma luz, e a única, no fim do túnel, mas é uma tentativa de
fazer com que se alterem as regras do jogo do Plenário desta Casa. Eu tenho
conversado com o Ver. Pedro Américo Leal, que é um homem de polêmica, uma
pessoa que gosta de ver a vivacidade do Plenário, e o Plenário está congelado e
morto em muitas coisas.
O
Sr. Isaac Ainhorn: V.
Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu penso que a experiência de
V. Ex.ª aqui nesta Casa fez com que V. Ex.ª, examinando o Regimento,
naturalmente, começasse a entender que algumas coisas não funcionam como V.
Ex.ª acha que é melhor para o contexto da Casa. Eu também tenho inúmeras idéias
em relação ao Regimento; nós estabelecemos verdadeiras camisas-de-força, hoje,
no Regimento, e penso até que se impõe uma mudança. Até sugiro a V. Ex.ª, e me
disponho a trabalhar nessa idéia, que façamos, quem sabe, uma reavaliação do
conjunto do Regimento, com modificações para oxigená-lo e para democratizá-lo,
retirando as peias autoritárias que existem nele hoje, como quando o Vereador
não pode falar na discussão de um projeto mais do que em dois momentos, porque
não pode receber mais do que uma cedência. Isso é uma violência, é um
autoritarismo. Lembro que, quando jovem, vinha assistir a Say Marques e outros
Vereadores que ficavam duas, três horas discutindo um projeto no Plenário, numa
manifestação, porque aquele Vereador tinha mais experiência sobre aquele tema
tratado. Era o que eu gostaria de sugerir. Muito obrigado, Vereador.
O
SR. ESTILAC XAVIER: Agradeço,
Vereador, a intenção é essa, provocar o debate.
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Estilac Xavier, sou o responsável por modificações muito
grandes neste Regimento, mas eu acho que esta Casa voltou a falar, esta Casa é
uma Casa administrativa, só cuidava dos projetos que eram lançados pelo
Vereador. Então, houve um volume de participação de Vereadores, mas ficamos
diante de muitas criações de partidos, tínhamos sete, oito partidos, estamos
com treze, isso tudo eu queria que V. Ex.ª levasse em conta. O grande objetivo
é esta Casa falar, porque parlamento que não fala, parlamento que não tem
Plenário, é parlamento completamente surdo e mudo.
O SR. ESTILAC XAVIER: Muito obrigado pela honra do aparte,
Ver. Pedro Américo Leal. Destaco dois assuntos importantes desses projetos que
querem alterar o Regimento, recebendo a contribuição, com toda a satisfação,
para que possamos fazer uma Comissão, dar agilidade e dar mais fala, inclusive,
para a população que assiste, às vezes, estarrecida ao jogo do Regimento que,
até agora, não conseguiu fazer com que votássemos a questão das ERBs.
Quero
destacar duas coisas importantes que valorizam: a primeira delas é que uma das
minhas proposições dá representação aos vereadores suplentes, em determinadas
condições dentro da Casa. A outra diz respeito à conduta desta Casa com as
criações de bancadas na próxima Legislatura. O que está posto, hoje, está
posto, mas, no futuro, pelo meu Projeto, só haverá a bancada que for eleita.
Não tendo eleição que sustentou bancada, não terá as mesmas condições que tem
hoje, porque somos a favor da fidelidade partidária, mas isso é uma questão
constitucional. Agradeço a tolerância de tempo, Sr. Presidente, muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Apregoamos Processo n.º 1179/02 - PLL n.º
052/02 de autoria do Ver. Adeli Sell.
O
Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.ªs
Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e também as
pessoas que nos assistem pela TV Câmara, a minha saudação a todos.
Eu
queria me pronunciar, no dia de hoje, sobre o Processo n.º 0962 do ilustre
colega Ver. Pedro Américo Leal, no qual o Vereador sugere que seja criada uma
comissão permanente sobre a segurança pública. Eu quero dizer a V. Ex.ªs
que este Vereador está de pleno acordo com esse Projeto do ilustre Ver. Pedro
Américo Leal. Estamos vivendo hoje, em termos de segurança pública, fatos
tristes e lamentáveis. Acabamos, agora, de ouvir o pronunciamento, aqui nesta
Casa, do nosso ilustre Presidente Ver. José Fortunati que leu um manifesto a
respeito do que aconteceu ao nosso colega Ver. Juarez Pinheiro. Vejam, aqui,
nobres colegas, a capa da Zero Hora
de hoje: “Números da violência do Rio Grande do Sul têm atraso de meio ano.”
Ver.
Pedro Américo Leal, em pleno século XXI, com toda a tecnologia que temos hoje
explodindo no mundo, ainda vemos uma notícia como essa, que nos deixa muito
preocupados.
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ilustre Vereador, parece que eu tenho uma visão um pouco mais
aperfeiçoada de segurança pública que a maioria. E não é para menos, o Primeiro
Comando da Capital - o PCC - já chegou no Rio Grande do Sul, ou será que não
enxergaram isso? Nós importamos homens do PCC; ele está aí, está nos presídios.
V. Ex.ª observe: ontem houve dois ataques: a um oficial da Brigada e a um Delegado
de Polícia, em Esteio, na mesma hora. Coincidência? Eu não vou responder para
vocês, porque não posso provar nada. Mas não há sensibilidade para chegar à
conclusão de que o PCC já chegou aqui?! Marcola está em Charqueadas; telefones
celulares comandam todo o crime e, no entanto, ninguém é capaz de prever o que
vai acontecer. V. Ex.ª sabe que comando é prever o que vai acontecer e não dar
ordem só.
O SR. ERVINO BESSON: Ver. Pedro Américo Leal, nós, os
Vereadores desta Cidade, temos extremo respeito pelo conhecimento e pela
história de V. Ex.ª na área da segurança. E V. Ex.ª, em seu aparte, destaca um
fato importante e preocupante: a organização criminosa que o Brasil está
vivendo, dentro dos presídios, está superando a organização dentro das secretarias
de segurança do nosso País. É grave! É muito grave!
Nobres
colegas Vereadores, senhoras e senhores que nos honram com suas presenças e que
nos assistem pela TV Câmara, a situação é, sim, extremamente preocupante. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a
Câmara de Vereadores é o Poder Legislativo e, como tal, cumpre,
fundamentalmente, duas funções: uma delas - está no seu próprio nome - é
legislar – daí o nome Legislativo. Então, a mim me preocupa menos se nós temos,
eventualmente, excesso de projetos de lei na Casa porque, se observarmos, uma
boa parte dos projetos de lei, habitualmente, é daqueles projetos que são mais
formalidades a que temos que atender, como denominação de ruas ou outros
logradouros públicos, eventualmente títulos de homenagens e premiações que nós
distribuímos na Casa. Há um conjunto de Projetos variados que dependem do interesse
do Vereador, de pessoas que procuram o Vereador e, por fim, há aqueles grandes
Projetos que são mais polêmicos e que são, às vezes, pontuais.
Eu
tenho, por exemplo, o Processo n.º 0949/02, de autoria do Ver. João Antonio
Dib, em 2.ª Sessão, que susta o Decreto n.º 13.650, de 27 fevereiro de 2002,
Decreto n.º 13.651 e Decreto n.º 13.652. Como os senhores sabem,
telespectadores que nos acompanham, são os Decretos que aumentaram as taxas de
água no Município de Porto Alegre. Lembro aos senhores que esse tipo de
Projeto, para nós, é extremamente importante, porque ele nos devolve, por um
lado, o poder de fiscalização e, por outro, o poder de legislação. Nós não
podemos abrir mão nem de um, nem de outro. Na verdade, o Ver. João Antonio Dib
com este Projeto atende aos dois simultaneamente, ou seja, nós reclamamos o
poder de legislar, que é nosso, e nós reclamamos o poder de fiscalizar, que
também é nosso. No nosso entendimento e de uma boa parte de Vereadores desta
Casa, o Prefeito Tarso Genro usurpou do seu direito de administração e é
evidente que nós temos que tentar buscar esse direito, resgatá-lo e recolocá-lo
na nossa Casa e nas nossas mãos.
Há
outros Projetos. Há o PLCL n.º 001/02, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que
dispõe sobre a obrigatoriedade de execução da Lei Orçamentária. Particularmente
acredito que também é um Projeto extremamente importante. O que nós temos visto
é que, muitas vezes, o Prefeito assina, homologa a lei, mas não a faz cumprir,
não a regulamenta, então é importante esse tipo de Projeto.
Nós
temos o PLE n.º 021/02, de iniciativa do próprio Poder Executivo Municipal,
Prefeito Tarso Genro, que denomina Jornalista Jorge Alberto Mendes Ribeiro a
passagem de nível da Av. Protásio Alves que transpõe para a Av. Carlos Gomes.
Parece-me mais do que justo, porque há toda uma história do Jornalista Mendes
Ribeiro no rádio no Rio Grande do Sul, que é importante.
Nós
temos, em 3.ª Sessão, PLL n.º 022/02, de autoria do Ver. Almerindo Filho, que
dispensa a exigência de alvará de funcionamento para templos religiosos,
parece-me que é uma questão constitucional. Se é livre a prática religiosa, a
expressão religiosa, parece-me que deveria ser livre a fixação de locais para
funcionar. Dispensado alvará, parece-me que não dispensa de haver um registro
ou um controle por parte da Prefeitura.
O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Antonio Hohlfeldt, V. Ex.ª está correto. A Lei
Complementar n.º 012 resolve esse problema, e eu acho que o Ver. Almerindo
Filho vai retirar o Projeto, segundo me informou.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Eu agradeço o aparte de V. Ex.ª,
preocupou-me o mérito – confesso a minha ignorância -, se houvesse alguma
coisa, se evidentemente isso já existe, não há por que fazermos legislação. E
aí é que eu acho que nós temos a vantagem deste momento da Pauta, da discussão:
é o momento em que os Vereadores também podem interagir, podem procurar ajudar
a resolver os problemas que temos na Cidade e até evitar, quando há uma boa
idéia, que se duplique essa idéia.
Nós
temos ainda, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, outro Projeto, do Ver. Sebastião
Melo, que é a Emenda à Lei Orgânica sobre a publicação dos vetos. De fato, a
denúncia que o Ver. Sebastião Melo fez aqui é absolutamente procedente. Os
últimos prefeitos petistas de Porto Alegre têm um descaso e um desrespeito
profundo com o Legislativo. Então, inventaram essa prática que não está escrita
em nenhuma lei do mundo. O veto, eles comunicam por telefone. Ora, isso não
existe, não se administra por telefone, não se faz ato legal ou ilegal por
telefone; se faz por documento! Então, me parece que reiterar essa questão é
importante.
E,
por fim, Sr. Presidente, do Ver. José Fortunati, a proposição da Comissão
Permanente de Legislação Participativa. Quando o Ver. José Fortunati estava
pensando nesse Projeto – chegou a falar com vários Vereadores, dentre os quais
este Líder –, eu dizia a ele: “Acho que isso talvez seja uma das coisas mais
interessantes que se possa fazer, mais uma abertura da Casa. Mas, para que não
haja briga, quem sabe possamos envolver bancadas, ex-presidentes da Casa;
enfim, tentar um Projeto em que a autoria e o trabalho sejam basicamente
coletivos e não individualizados num Partido, numa Bancada, num Vereador. E
acho que a saída encontrada pelo Ver. José Fortunati, Presidente da Casa, é
exemplar como uma proposta de abertura.
Portanto,
Sr. Presidente, a nossa Pauta é numerosa, sim, mas ela é também extremamente
rica, e extremamente qualificada, mostrando que o Legislativo de Porto Alegre
traz as idéias da rua para cá e procura discuti-las e transformá-las em
legislação. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Solicito que a Ver.ª Helena Bonumá assuma
a Presidência dos trabalhos.
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver.ª Helena Bonumá, presidindo os
trabalhos, Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, senhoras e senhores,
só venho fazer esta discussão de Pauta, porque tenho um Projeto em Pauta que
foi extremamente mal-interpretado na semana passada, quando o Ver. Adeli Sell
veio a esta tribuna, e, como ele não tinha conhecimento do teor de todo
Projeto, lendo-o apenas superficialmente, acabou cometendo um erro de
avaliação. Disse o Ver. Adeli Sell, naquela oportunidade, que eu estava
apresentando um Projeto criando oitenta vagas para ambulantes na região central
da Cidade. É claro que esta avaliação feita pelo Ver. Adeli Sell da tribuna só
o foi porque ele falou em Pauta, sem estudar a matéria e sem ver aquilo que
queremos com o nosso Projeto. Inclusive, em conversa com o Líder da Bancada do
PT, Ver. Estilac Xavier, dei conhecimento sobre a tramitação desse Projeto.
As
oitenta licenças de que fala o texto são uma repetição da Lei. A Lei, quando
criou as licenças no Centro, falava em oitenta. Estou apenas reproduzindo o
texto da Lei para que eu possa entrar com a Emenda, que é a técnica legislativa
correta. Nessa reprodução, nós estamos colocando que, dessas oitenta licenças,
três devem pertencer àquelas pessoas que há muitos anos já exercem suas
atividades na região central da Cidade, com o trabalho de preenchimento de
documentos. Aliás, quando o Ver. João Antonio Dib era Prefeito da Cidade,
quando foi feita aqui a legislação dos chaveiros com aquelas casinhas especiais
para os chaveiros, naquela oportunidade, esses preenchedores de documentos
também estavam presentes na reunião, e eles saíram dali - e o Ver. João Antonio
Dib sabe, e pensava que isso tivesse acontecido - com a certeza de que eles
também estariam no texto da Lei. Só que o legislador, na época, esqueceu de
colocá-los no texto da Lei, e eles ficaram sem uma lei que os protegesse, que
os abrigasse. O que eles querem é só isso: fazer com que a sua atividade possa
também estar regrada de alguma forma naquelas oitenta licenças que foram
concedidas, que as três licenças estejam presentes naquele texto legal. Não são
novas licenças, não são novas ocupações para a região central da Cidade, é
apenas uma correção de um erro de legislação que foi feita numa determinada
época em nossa história. E vejam que o Ver. João Antonio Dib foi Prefeito em
1985, quando eu comecei a ser Vereador nesta Casa.
É
por isso que, conversando com o Ver. Estilac Xavier, inclusive em contato com
os próprios integrantes da Secretaria Municipal da Indústria Comércio, nós
estamos tentando corrigir essa falha da Lei para não prejudicar três pessoas
que há mais de vinte anos exercem as suas atividades naquela região central.
Essa atividade não precisa ser exercida exatamente dentro de uma Kombi para
interromper o tráfego nas ruas centrais da Cidade, mas ela pode estar acoplada
a essa legislação dos chaveiros, como já deveria estar, fazendo com que em três
posições do Centro da Cidade esses profissionais possam estar colocados para
que possam continuar prestando os seus serviços para a nossa população. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá):
O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ESTILAC XAVIER: Sr.ª Presidenta, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, venho, em nome da minha Bancada, falar no tempo
de Liderança para registrar a nossa indignação com a violência que se abateu
sobre o nosso colega, companheiro e amigo, o Ver. Juarez Pinheiro.
É
inominável o que foi feito: dois agressores, há um dia e meio, na Cidade Baixa,
covardemente e de forma selvagem, sem que tivesse o Vereador chance nenhuma de,
inclusive, identificar, atacaram o Vereador causando-lhe escoriações,
machucaduras generalizadas e a fratura do seu braço.
Quem
fez isso e por que fez isso? O Ver. Juarez Pinheiro é um Vereador estimado
nesta Casa, polêmico, firme, duro nas suas posições, mas ninguém pode assacar
contra ele qualquer conduta que não seja a defesa das suas opiniões.
O
Ver. Juarez Pinheiro teve e tem papel destacado na nossa Bancada, é um dos
nossos vice-líderes. Tem destacada atuação na Comissão de Constituição e
Justiça, teve papel destacado, aqui, na criação do regime próprio da
previdência dos servidores do Município de Porto Alegre. Teve e tem ação
destacada, como foi na CPI do Montepio. E, hoje, é considerado um dos
especialistas na questão das estações de radiobase.
Que
interesses foram contrariados, desses que fizeram essa agressão? Nós estivemos
lá, há pouco, falando. Estava lá o Ver. Ervino Besson, o Ver. Pedro Américo
Leal, o Ver. Isaac Ainhorn, o Ver. Haroldo de Souza, o Vereador-Presidente José
Fortunati, fomos lá pedir que se intensifiquem as investigações da Secretaria
de Segurança do Estado sobre quem são os agressores e a mando de quem. Não fora
as dores físicas produzidas ao nosso companheiro, tem outras mais graves, que é
a sua preocupação com a sua família, com os seus companheiros, com os seus
pais. Mas os agressores não vão ficar impunes, não. O Secretário Bisol, hoje,
afirmou na frente de todos os Vereadores que ele já tem uma base de dados
suficientes e indiciários para chegar à autoria da agressão. Quando o nosso
Presidente, Ver. José Fortunati, pediu: “Nós queremos, depois desse episódio
esclarecido, que a Secretaria venha à Casa, porque existem outros Vereadores
ameaçados, mas não com fatos de violência consumados.” É o caso do Ver. Adeli
Sell, como é o caso das cartas que vêm para este Vereador e para a Ver.ª Sofia
Cavedon, insinuantes, maliciosas.
Não
foi atacado só o cidadão, o Ver. Juarez Pinheiro; foi atacada uma voz de um
mandato, de uma representação desta instituição. Os Poderes, hoje, tanto o
Executivo, Legislativo e o Judiciário, pela rede da criminalidade organizada no
País, são intimidados; matam promotores, matam juizes, matam parlamentares,
quando percebem que as garras da lei chegam próximas do subterrâneo do crime
organizado. Eu quero dizer para os senhores que aqui temos indício disso.
Querem calar, pela intimidação, as famílias, os entes queridos daqueles que fazem
as investigações no exercício e na competência legal do seu dever, e aí o manto
da impunidade e do silêncio para que eles possam continuar enriquecendo, porque
só pode se tratar disso! Só pode se tratar disso!
Nós
estamos aqui para prestar a nossa solidariedade, a nossa condenação a esse ato
ao companheiro Ver. Juarez Pinheiro. Agradecer àqueles Vereadores de todas as
bancadas, que foram solidários; ao Presidente da Casa, mas, sobretudo, a nossa
solidariedade à família do Ver. Juarez Pinheiro, aos seus assessores, ao seu
gabinete, aos seus amigos. E dizer que nós vamos exigir, sim, da Secretaria de
Segurança que apresente à sociedade gaúcha e porto-alegrense quem são os
autores intelectuais e materiais desse crime que quis se perpetrar sobre o
nosso colega. Obrigado, Sr.ª Presidenta.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. DR. GOULART: Sr.ª Presidenta, Ver.ª Helena Bonumá,
minha saudação, Sr.ªs Vereadoras, Srs. Vereadores, aproveito o tempo
de Liderança do nosso partido para expressar uma preocupação regimental do
Partido a que pertenço, que é o PDT.
Logo
nos primeiros parágrafos do nosso Regimento, fala-se da grande preocupação que
se tem com a saúde da mulher e com a saúde da criança, desde o tempo
intra-uterino, desde os tempos pré-natais. E aproveito o tempo de Liderança
para falar num assunto que está em Pauta, mais especificamente no veto à saúde,
o qual eu considero o mais importante veto da saúde nos últimos anos. Aqui,
nesta Cidade, que atende outras cidades vizinhas e o interior do Estado, não se
constróem, não se criam leitos do SUS há vinte e cinco anos. Outros hospitais
foram inaugurados. Agora, recentemente, foi inaugurado o Hospital de Transplantes,
um hospital de ponta. Mas, hospital geral do SUS, vagas do SUS, há vinte e
cinco anos não se constróem na Cidade de Porto Alegre. Não há interesse, não há
vontade política, sequer planejamento para novos leitos do SUS, Ver. Estilac
Xavier. E aí o que acontece? Acontece - Ver. Aldacir Oliboni, que luta conosco
na Comissão de Saúde - o desespero do ser humano doente, que enche, que se
avoluma, que traz problemas. Imaginem, o doente traz problemas para as
urgências do Hospital de Clínicas, da PUC e do Hospital Conceição! Os doentes
trazem problemas para as urgências, porque eles têm que ser internados em
macas, têm que permanecer nos corredores, nas poltronas, sentados, dois três
dias com o soro. E vocês que visitaram essas emergências sabem do que eu estou
falando.
E
qual foi a idéia deste Vereador? Apresentar um Projeto em que se cria um novo
hospital, imediatamente, na Cidade de Porto Alegre, sem levantar paredes, sem
comprar material, sem contratar médicos. Fazendo com que – e o Parecer do Ver.
Luiz Braz foi pela aprovação desse Projeto, e eu agradeço, agora, quando ele
deu Parecer contra o Veto do Prefeito - os hospitais privados, que já têm
benesses da lei, da filantropia, deixem de exercer a filantropia em outros
Municípios; deixem de colocar kombis ou vagões nos morros e nas favelas de
Porto Alegre, sem resolutividade, para poderem expressar o direito que têm de
não pagar determinadas taxas governamentais, pelo direito da filantropia, e
ofereçam ao SUS, que está necessitado, neste momento histórico ruim da Cidade
de Porto Alegre, leitos em um percentual tal, negociado com o gestor para quem
está doente.
Dona
M.N.T, não vou dizer o nome; o Sr. D.R.S, também não vou dizer o nome, que
estão nos pedidos para que saiam da poltrona onde estão. Estão telefonando para
o nosso gabinete, telefonando para a minha Comissão de Saúde, porque querem
tratamento em um leito hospitalar, que a Constituição diz que têm direito, mas
que o Poder Público nega, porque o Poder Público não quer negociar com os
hospitais privados. Tem que haver negociação para que quem ganha poderes para a
filantropia, que deixa de pagar determinadas taxas governamentais, ofereça
leitos maravilhosos, leitos limpos e cheirosos também para a saúde pública – em
sua totalidade, não; mas para uma parte, sim.
Sr.
Prefeito, que agora assumirá, preste atenção nesse Projeto. Srs. Vereadores,
ajudem o povo de Porto Alegre que precisa sair dos guetos de saúde, para onde
são levados nos momentos de aflição de um médico de emergência. Por favor,
prestem atenção neste Projeto. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver.ª Helena Bonumá, presidindo esta
Sessão; Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, vou usar hoje o meu
tempo de Liderança da Bancada do PFL para protestar contra a violência que
impera no nosso Estado do Rio Grande do Sul. Ouvi o Ver. João Antonio Dib
falando sobre medicamentos; ouvi agora o Dr. Goulart falando de problemas de
saúde. Ontem, eu estava com o Secretário da Saúde do Município, o Dr. Joaquim
Kliemann, e ele me dizia, num programa que temos no Canal 20 da NET, que, nos
anos de 2000 e 2001, o Município gastou as seguintes cifras com medicamentos:
No ano de 2000, o Município gastou 9 milhões de reais com medicamentos. No ano
de 2001, o Município gastou 14 milhões de reais com medicamentos, porque a
reclamação foi aquela trazida aqui no nosso Plenário pelo Dr. Paulo Argolo e
pela Dona Edi Mussoi de que faltam medicamentos nos postos de saúde. O Dr.
Joaquim dizia que, mesmo gastando tudo isso, eles não conseguem dar conta de
repor, nos postos de saúde, todos os medicamentos necessários, dizendo que não
há como buscar recursos para comprar esses medicamentos. Eu, na oportunidade,
fiz o Dr. Joaquim Kliemann apenas tomar consciência, dizendo que ele não tinha
obrigação de saber que só em propaganda, no ano de 1999, quando fizemos um
levantamento e buscamos contratos por intermédio da Justiça, em rádios,
televisões, o Governo gastou 13 milhões! Em 2000, gastou 9 milhões, e se queixa
de não ter dinheiro para comprar remédio! Essa é uma violência que se pratica
contra esse nosso povo, porque as pessoas que estão doentes não têm como se
socorrer, não têm o Poder Público para ajudá-las a sair de seus males. Isso é
uma violência!
Uma
outra violência, Ver. Pedro Américo Leal, Ver. João Antonio Dib: o Secretário
da Segurança Pública, em uma barragem, em um acontecimento na semana passada ou
retrasada, assistiu a uma pessoa de um movimento que tem ligações com o Partido
dos Trabalhadores dizer para um Comandante da Brigada Militar que, se ele
penetrasse no campo para onde estava indicado, não sairia de lá: “O senhor pode
entrar; mas não sei se vai sair.” Esse homem, Comandante da Brigada Militar,
com um passado fabuloso dentro da Brigada, foi humilhado, foi colocado numa
condição que não conseguirá mais comandar soldados da Brigada Militar, porque o
próprio Secretário da Segurança tirou dele todas essa condições. Não sei mais
se ele vai ser recuperado. Mas, sobre essa ameaça de morte, o Secretário não
falou absolutamente nada; não deu qualquer declaração; não houve, contra aquele
que fez a ameaça de morte, absolutamente, nenhum ato que pudesse coibir que a
Brigada Militar perdesse, naquele momento, suas condições de segurança.
É
claro que, em um Estado como este, sem segurança, o Ver. Juarez Pinheiro
também, em uma das ruas desta Cidade, foi agredido. É lamentável que alguém
seja agredido. Não é o fato do Ver. Juarez Pinheiro ser parlamentar desta Casa,
ser Vereador, é lamentável todo e qualquer tipo de agressão. Queremos lamentar,
e queremos protestar contra essa violência que foi praticada aqui contra o Ver.
Juarez Pinheiro. Essa violência, infelizmente, Ver. Estilac Xavier, está inserida
nesse contexto nefasto produzido pelo órgão de Segurança do partido de V. Ex.ª,
que colocou toda a população de Porto Alegre numa condição de não poder sair às
ruas, numa condição como essa vivida pelo Ver. Juarez Pinheiro. Não podemos nem
mesmo ir a um bar para confraternizar com companheiros, ou para conversar com
pessoas, porque nem mesmo lá a pessoa está segura. Não existe mais segurança
nesta Cidade, a insegurança é completa e a culpa é do órgão de Segurança do
Partido dos Trabalhadores. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr.ª Presidenta Ver.ª Helena Bonumá,
colegas Vereadoras, colegas Vereadores, em nome da nossa Bancada, o PMDB,
queremos prestar a nossa solidariedade e o nosso repúdio a essa atitude
envolvendo o nosso colega Ver. Juarez Pinheiro. Somos daqueles que achamos que,
no campo das idéias, a discussão, por mais arrojada que seja, ela sempre
qualifica o processo democrático, mas quando ela descamba para agressões
físicas, pessoais, ela evidentemente atropela e traz a tragédia não apenas na
política, mas nas relações humanas. A nossa solidariedade ao Ver. Juarez
Pinheiro, à Bancada do PT, por essa atitude insólita.
Eu
também quero comunicar esta Casa que, na terça-feira, estará prestando
informações à CEFOR o chefe da fiscalização do Município, o chefe da
arrecadação, num tema muito importante para a cidadania que é a questão dos
impostos, mais precisamente do ISSQN, porque, na nossa avaliação, o Governo
Municipal tem sido muito macio com os banqueiros da Cidade, muito macio, tem
sido muito leve, não tem tido a mesma bravura que tem tido em relação aos
outros contribuintes. Essa matéria é de uma profundidade muito grande e vai ter
seqüência na nossa Comissão.
Venho
à tribuna, na verdade, para destacar um tema que considero da maior importância
para a humanidade. Hoje se comemora o Dia Mundial da Água. É um momento de
muita reflexão. Eu destaco aqui, colhendo informações, que três quartos da
superfície terrestre é banhada por água, mas desses três quartos, 97% é de água
salgada, apenas 2,6% desses três quartos é de água doce, e apenas 1% desses
2,6% é disponível para o consumo humano. Ora, isso faz com que, partindo do
Município, indo para o Estado, para o País e para o mundo, a água é finita e a
água precisa, evidentemente, de parte dos Governos e dos mais diversos entes
federados, receber uma atenção muito especial.
Eu
fiz parte de uma Comissão liderada pelo Ver. Estilac Xavier, estivemos no
Congresso Nacional, com a firmeza desta Casa, pelos seus trinta e três
Vereadores, no sentido de que a água não pode e não deve ser privatizada,
porque um bem que é vida e saúde não pode ser privatizado e não pode estar nas
mãos de alguns para negócios.
No
Dia Internacional da Água, é um momento de refletirmos, começando pelo
Município de Porto Alegre. Eu diria que, historicamente, o nosso Departamento
Municipal de Água e Esgotos tem feito um esforço muito grande em gestões, que
não nesta gestão, que vem do Alceu Collares, que vem do João Antonio Dib, que
vem do Guilherme Socias Villela, que vem de vários outros prefeitos, mas que,
infelizmente, Ver. João Antonio Dib, hoje, 5% ainda ou talvez 4 ou 6% da
população de Porto Alegre não tem água. Isso é inadmissível para uma Cidade que
se vangloria de resgatar a cidadania. Volto aqui ao exemplo do Morro da Glória.
Eu estive lá, nesta semana ainda, em mais uma reunião, e estou aguardando uma
resposta da direção do DMAE, que ficou de me responder até ontem, e ainda não
responderam. Não é possível que três mil famílias só tenham água a partir das
2h até as 6h, quando tem. Isso não é aceitável e não é possível, mas aquela é
apenas uma localidade, existem outras localidades em que a água nem sequer
chega.
Eu
vejo hoje aqui uma declaração em nível de Estado, do Diretor-Presidente da
CORSAN, que diz o seguinte: “Dos quatrocentos e noventa e sete Municípios do
Rio Grande do Sul, cento e cinqüenta e cinco Municípios não têm sistema
integrado, representando 5% da população urbana do Rio Grande do Sul que não
tem um sistema integrado de água.” Mas ele vai mais longe, ele está
reconhecendo aqui que dois milhões de gaúchos e de gaúchas da zona rural
consomem água contaminada. Então, o desafio é muito grande, o desafio é enorme,
porque, evidentemente, eu volto a dizer: água é vida, água é saúde.
Então,
eu queria registrar, Sr.ª Presidenta, neste Dia Internacional da Água, que
Porto Alegre precisa continuar avançando. Nós temos de resgatar ainda os 5% que
não têm água, nós temos de qualificar esse serviço, que, por sinal, eu queria
dizer que para nós, moradores da Zona Sul - e que não é só o Belém, Ponta
Grossa, Ipanema, Camaquã -, a água está de péssima qualidade. A Direção do DMAE
precisa tomar providências imediatamente com relação à qualidade da água em
Porto Alegre, especialmente da Zona Sul. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Haroldo de Souza está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr.ª Presidenta em exercício, Helena
Bonumá, Vereadores, Vereadoras, gente aqui presente. A minha solidariedade ao
Ver. Juarez Pinheiro pela covarde agressão sofrida na última quarta-feira à
noite. Porto Alegre está muito violenta mesmo, e as providências que são
tomadas pela Secretaria de Segurança Pública do nosso Estado são fantasias.
Elas não existem.
Eu
quero voltar a falar sobre menino e menina de rua, posso parecer enfadonho,
chato, xarope, com este assunto, mas eu entendo que não adianta o político se
meter em tudo, na maioria das vezes, sem saber nem o que está falando. Fico com
esta bandeira que carrego desde os meus tempos de apenas homem da comunicação,
quando já sonhava com o fim deste câncer social que são os menores abandonados.
Entendo que somos um bando de incompetentes, a sociedade é incompetente no
trato deste problema que julgo um dos mais sérios do momento social mundial.
Eu
tenho que olhar é para dentro da minha Cidade, e Porto Alegre decididamente não
faz uma política social como as pessoas sonham, como as pessoas imaginam que
deve ser feita, e muito menos com o que faz o Partido que está no Governo. As
promessas não cumpridas. Tarso Genro, que foi Prefeito, prometeu, não cumpriu.
Tarso Genro, que foi Prefeito, disse - e não sei por que disse, porque já havia
ganho a Prefeitura, não precisava mais, naquele momento, votos para se eleger
-, que iria, nos primeiros seis meses do ano passado, acabar com os meninos de
rua. Retirar os meninos e meninas de ruas, dando-lhes abrigo, comida, estudo e
uma vida mais digna. Por que o Sr. Tarso prometeu em discurso de posse? Mentir
em campanha, para conseguir votos é uma face nojenta da política, mas até aí...
Mas mentir em discurso de posse? Eu não tinha visto ainda.
Como
é que eu posso conviver com isso? Como se pode ter um Governador que mente? Eu
fora! Mentiu dizendo que cumpriria os quatro anos de mandato da Prefeitura.
Para
mim pouco importa quem é o Prefeito, quem é o Governador, não me interessa! O
que importa para mim é que sejam homens dignos de cumprir pelo menos a palavra
empenhada, a promessa dada.
E
agora? Agora, vou cobrar de quem esse projeto para a retirada real dos meninos
de rua, se o Sr. Tarso, que prometeu, deixa de ser Prefeito?
O
Sr. João Verle, que assume, tem esse compromisso com a sociedade em nome do
Prefeito que sai? Eu, sinceramente, não acredito. E quero ser desmentido.
Repito
que para mim pouco interessa quem é quem no PT. Não me interessa. No PSDB, no
PMDB... Não quero saber! O que eu cobro, o que eu exijo, em nome da sociedade,
é que todos, independente de partido, sejam mais coerentes com as suas posições
e, acima de tudo, não sejam mentirosos. Independente do meu cargo, certamente,
eu vou continuar pedindo que o Governo, seja ele quem for depois das eleições,
pelo amor de Deus, não minta, não prometa o que não vai fazer, não frustrem
seus eleitores, não cometam fraude eleitoral.
Porque
o que o Dr. Tarso Genro fez com o eleitorado da Cidade de Porto Alegre foi uma
fraude, sim. Fraudadores da fé pública devem receber da sociedade o julgamento
merecido, sendo analisados como ou verdadeiros homens públicos ou simplesmente
políticos de carreira. Mesmo em busca do poder é preciso ter limites na
política, como na vida.
Estou
pedindo à minha assessoria a real situação do projeto que apresentei aqui, no
ano passado, sobre as casas-lares e vou continuar, sim, falando sobre esse
assunto até morrer. É uma pena que, mesmo contando com este time brilhante de
Vereadores que temos aqui, para a aprovação dos bons projetos.... Há também uns
projetos que passam aqui que eu vou lhe dizer... Às vezes temos de chegar e
dizer... Não dá para acreditar. Mas, de qualquer maneira, há projetos aqui
fantásticos, que são aprovados por esta equipe de brilhantes Vereadores. Mas do
que adianta se existe esse famigerado poder de veto? O que me remete a
perguntar sempre: para que mesmo que serve a Câmara Municipal, se o Prefeito
aprova e executa um projeto com base na cara do Vereador que o apresenta ou a
que partido ele pertença?
Para
encerrar, é desesperador o caso da saúde municipal, mas mais desesperador ainda
é ver como o Ver. Dr. Goulart vem aqui e pede, pede, prega no deserto e ninguém
escuta. Até quando? É uma pergunta que eu deixo. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr.ª Presidenta dos trabalhos Ver.ª
Helena Bonumá, Sr.ªs Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos
assiste nas galerias, prezados telespectadores.
Em
nome do Partido Socialista, de público, queremos manifestar nosso repúdio pela
atitude selvagem da qual o Ver. Juarez Pinheiro foi vítima. Atitudes covardes
como essa não fazem parte deste Parlamento e não deveriam fazer parte de nenhum
Parlamento. Portanto, somos solidários com todos os Vereadores, como membro da
Mesa, procurando fazer todos os esforços junto à Secretaria de Segurança
Pública para que os culpados sejam localizados e encaminhados à Justiça.
Quero fazer um relato, que
muito nos agrada, relativo à evolução do candidato do Partido Socialista
Brasileiro à Presidência da República, o Governador do Rio de Janeiro Anthony
Garotinho.
Anthony
Garotinho, a cada dia que passa, está subindo nas pesquisas. Nós sabemos que
pesquisas são tendências, indicativos. Acontece que, aos poucos, o Brasil está
conhecendo o seu trabalho. Volto dizer que é um Governador que tem 86% de
aceitação dos moradores do seu Estado, o Rio de Janeiro, que é o segundo maior
Estado do nosso País, economicamente e em termos populacionais.
Garotinho
foi Deputado aos vinte e cinco anos; Prefeito de Campos aos vinte e sete; aos
trinta e dois anos, foi Secretário da Agricultura do Estado do Rio de Janeiro;
aos trinta e seis anos, foi Prefeito e, aos trinta e oito, foi Governador do
Rio de Janeiro. Hoje está com quarenta e um anos e é um garotinho, não só no
nome como na jovialidade, mas alguém que, no seu dia-a-dia, tem feito... Junto
com o Partido, estamos construindo propostas sérias e estamos dizendo à
população por que o PSB quer ser governo do Brasil, quer governar o nosso País
a partir do próximo ano.
Vamos
inserir de forma enfática, numa reforma tributária que até hoje não se consegue
fazer em nosso País, a questão da redução das taxas de juros para reverter no
fomento de investimentos para o comércio, para a agricultura, para as
indústrias. Sem contar as questões sociais que os senhores e as senhoras muito
ouvem falar nas obras do Anthony Garotinho.
Até um ano atrás, o
modernismo do Garotinho - que todo mundo falava -, eram os restaurantes
populares. Restaurantes permissionados ao custo de um real, que hoje estão-se
proliferando em vários Municípios do nosso País, mostrando que aquilo que deu
certo e é bom deve e merece ser copiado. Mas não é só isso! Qual é a grande
discussão do modernismo do Governo Garotinho, hoje? É a questão do saneamento
básico. Conseguiu fazer saneamento básico no Rio de Janeiro de forma
inteligente, V. Ex.ªs sabem que estou falando da questão da praia de
Ramos, hoje chamada de “Piscinão de Ramos”. O que fez Anthony Garotinho?
Naquela região, promoveu a despoluição do local e fez com que as pessoas
pudessem utilizar aquela água, não só para beber, mas também para banho,
resgatando a dignidade e a auto-estima daquela população que, com muito
orgulho, hoje diz: “Faço parte do ‘Piscinão de Ramos’.” Mas não é só isso! Hoje
existem programas, em todo o País, de cestas básicas. O que fez Anthony
Garotinho, no Rio de Janeiro? Não é aquela cesta básica tradicional para a qual
se compra um tipo de arroz indeterminado, de que não se sabe nem a procedência.
Não! Cada uma das famílias beneficiadas com 100 reais vai ao supermercado e
escolhe o que quer comprar, desde que não seja cigarro e bebidas alcoólicas.
Então,
portanto, já vou concluir, Sr.ª Presidenta, está posta essa candidatura com
14%. Para finalizar, hoje ainda ele disse que está negociando, e já sabemos há
bastante tempo, a possibilidade de o Ministro do Superior Tribunal de Justiça,
Costa Leite, talvez ser o vice-presidente na sua chapa. Mas, se não for,
certamente será candidato a Deputado Federal pelo Estado do Rio Grande do Sul.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. RAUL CARRION: Ex.mª Ver.ª Helena Bonumá, que
dirige os trabalhos, demais Vereadores e Vereadoras, em primeiro lugar, eu já
havia feito uma intervenção, por ocasião do período de Comunicações, na fala da
Ver.ª Maria Celeste, mas queria, em nome da Bancada do PC do B, trazer a
solidariedade do nosso Partido ao nosso colega Juarez Pinheiro, agredido de
forma covarde, canalha, por verdadeiros bandidos. E temos a perfeita
consciência de que não se tratou de nenhuma tentativa de assalto, de nenhuma
agressão por qualquer outra razão senão as atitudes e os comportamentos
corajosos, firmes, do colega Juarez Pinheiro, aqui na tribuna, que se
notabilizou, por exemplo, por denunciar as tramóias do Montepio, por fazer uma
CPI sobre o Montepio, e que recebeu inúmeras ameaças a partir de então.
Queremos dizer que temos consciência que é pelas atitudes e pela palavra dele
que vem sendo ameaçado; outros Vereadores vêm sendo ameaçados aqui. Não é só o
cidadão Juarez Pinheiro que está sendo agredido. É esta Casa que está sendo
agredida e, mais do que isso, são as instituições que estão sendo agredidas, na
medida em que, hoje, juízes, procuradores do Ministério Público vêm sendo
ameaçados por atitudes corajosas. E não calarão a voz dos Vereadores, tenho a
absoluta certeza, porque aqui a voz do povo sempre se fará ouvir.
Queria,
em segundo lugar, fazer uma referência a um tema que até os jornais, no dia de
hoje, comentam, que é a questão da abertura ou não do comércio em feriados e
domingos. Estamos na véspera da Páscoa, lemos aqui que os supermercados
abrirão, enquanto que o comércio, em geral, estará com suas portas fechadas.
Todos conhecem a postura deste Vereador contrária à abertura indiscriminada do
comércio, que acaba beneficiando os grandes shoppings
centers, não o comerciante de rua, não o comerciante de bairro, e, muitas
vezes, sequer o comerciante do shopping,
mas o grande empreendimento imobiliário que é o shopping center. Porém, nós sempre mostramos flexibilidade em
relação à Lei que existe, Ver. Pedro Américo Leal, que permite abertura do
comércio em dias corretamente programados, por exemplo: nos Dias das Mães, nos
Dias dos Pais, Natal, Páscoa, Dia da Criança; nem os comerciários nem esta Casa
são contrário a isso. Então porque não abrirá o comercio na véspera da Páscoa
em Porto Alegre, salvo os supermercados? É importante que Porto Alegre saiba
por que, é importante que esta Casa saiba por que, simplesmente porque o
SINDILOJAS não quis fazer um acordo com os comerciários, abrindo mão –
espanta-se o Ver. Marcelo Danéris - de 26 reais aos comerciários. Então os
supermercados vão abrir, foram capazes de dar 26 reais para os comerciários.
Então, agora se entende por que eles queriam aprovar aquela Lei, no ano
retrasado, a qual o Prefeito vetou, corretamente, e esta Casa, por vinte e
quatro votos a oito, sepultou. Na verdade não é o livre comércio que eles
defendem, eles querem sequer dar uma gratificação de 26 reais para os seus
funcionários! Eles queriam uma Lei que lhes possibilitasse abrir todos os dias
que quisessem, sem nenhuma compensação para os comerciários. É isto: a
superexploração do comerciário, e está desmascarado quando, hoje, está nos
jornais que os supermercados abrirão neste final de semana, no Domingo, para
que as famílias possam comprar os ovinhos de Páscoa, e o comércio não abrirá.
Não é por culpa desta Casa, não é por culpa dos comerciários, que estavam
abertos para negociar, como sempre estiveram, a abertura aos domingos, mas é
devido a essa mão fechada dos comerciantes, que não admitem que um direito de
uma gratificação conquistada durante anos prevaleça. Portanto, que a Cidade
saiba: não são os trabalhadores, não é a Casa, porque a Lei permitiria, é a
sovinice de alguns comerciantes que dominam o SINDILOJAS, que, inclusive, estão
em contradição com a maioria dos comerciantes, que até desejavam um acordo que
permitisse a abertura em diversos domingos durante o ano. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Não havendo mais nenhuma Bancada que
deseje utilizar o tempo de Comunicação de Líder, faremos verificação de quórum
para entrarmos na Ordem do Dia.
Havendo
quórum, passamos à
VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor, relator e
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1188/02 - PARECER Nº 40/02, da
Comissão de Constituição e Justiça, ao Recurso formulado pelo Ver. João Antonio
Dib, acerca do Requerimento de sua autoria, que solicita votação em destaque
das Emendas nºs 1 a 10 do PLE nº 034/01 - Proc. nº 4434/01, após iniciado o encaminhamento da votação.
Relator
Ver. Reginaldo Pujol: conclusões:
"...
concluo pela correção do
ato da Presidência da Casa e, conseqüentemente, por sua manutenção e eficácia,
restando pois convalidado o Ato Administrativo e, por conseguinte, indeferido o
Requerimento do Eminente Vereador João Antonio Dib."
Observação:
-
encaminharam a matéria,
em 20-03-02, os Vereadores E.Xavier e I. Ainhorn.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Lembro às Sr.ªs Vereadoras e
aos Srs. Vereadores que, na última Sessão, estávamos realizando encaminhamento
do recurso feito à decisão tomada pela Comissão de Constituição e Justiça. A
Comissão de Constituição e Justiça acatou o Parecer do Relator, Ver. Reginaldo
Pujol, que concluiu pela correção do ato da Presidência da Casa e,
conseqüentemente, por sua manutenção e eficácia, restando, pois, convalidado o
ato administrativo e, por conseguinte, indeferido o Requerimento do eminente
Ver. João Antonio Dib.
Em
votação a decisão tomada pela Comissão de Constituição e Justiça, que, volto a
lembrar, acolheu o parecer proferido pelo Relator, Ver. Reginaldo Pujol.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, há Bancadas que já
encaminharam na Sessão anterior?
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): As Bancadas que encaminharam...
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA (Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
naquela oportunidade, o que foi analisado não foi a posição da CCJ, e sim a
posição de V. Ex.ª.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Não, Vereador. Foram feitos dois
encaminhamentos. O Ver. Estilac Xavier encaminhou pela Bancada do Partido dos
Trabalhadores e o Ver. Isaac Ainhorn encaminhou pela Bancada do Partido
Democrático Trabalhista. Estamos em processo de votação do Parecer da Comissão
de Constituição e Justiça n.º 040/02.
O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra, para encaminhar, pelo PPB.
O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem):
Sr. Presidente, entendo
que, na condição de relator, eu posso encaminhar a votação, isso me é
assegurado pelo Regimento. Então, solicito a V. Ex.ª que, após ouvirmos o Ver.
João Antonio Dib, me assegure a palavra, na condição de relator.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Concederemos a palavra ao Ver. Reginaldo
Pujol, na condição de relator do Processo, logo após ouvirmos o Ver. João
Antonio Dib.
O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar o Parecer n.º 040/02.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, difícil
mesmo é construir o simples. É tão difícil que, até hoje, ninguém mudou o
“Parabéns a Você”, que o mundo inteiro, dos dois anos até os noventa anos,
canta. Era tão simples a proposição deste Vereador - e a coletividade entendeu
que era simples a proposição deste Vereador -, mas tinha de haver uma
tramitação mais complicada, muito mais complicada.
Naquele
dia, na reunião, eu li o artigo 84: “O Plenário é o órgão deliberativo e
soberano da Câmara, constituído pela reunião de Vereadores em exercício, em
local e forma estabelecidos neste Regimento.” Este é o local e aqui é o momento
da votação.
Eu
propus ao Presidente que colocasse à deliberação do Plenário se poderíamos
separar as Emendas, que é o justo, que é o correto, que é o certo, que é o
construtivo, mas não, tinha de ser ouvida a Comissão de Constituição e Justiça.
E quem vai decidir agora se vamos separar as Emendas ou não? O Plenário, conforme
o artigo 84. Portanto, quando eu ouvi pela primeira vez que “é difícil
construir o simples”, eu sorri. E, hoje, eu vejo que isso realmente é verdade.
Eu espero que o debate seja rápido, eficiente, como sempre, e que o Plenário
decida pela separação das Emendas no interesse da coletividade, já que nós
temos a oportunidade de fazer um bom projeto. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
O Ver. Reginaldo Pujol
está com a palavra para encaminhar o Parecer n.º 040/02 da CCJ.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu
quero deixar muito claro o que estamos discutindo e decidindo nesta hora.
Nós
não estamos discutindo as Emendas ao Projeto de Lei que está em debate, não
estamos discutindo se elas serão votadas englobadamente ou não, porque isso é
fato já superado, mas estamos discutindo se o Presidente da Casa agiu
corretamente ou se agiu de forma incorreta, quando decidiu sobre o Requerimento
e a Questão de Ordem formulada pelo Ver. João Antonio Dib, indeferindo-a. É
isso que está-se discutindo. Se antes foram feitos acordos e desacordos que não
deram resultados concretos, frustraram alguns, deixaram em desconformidade
outros, é um assunto que não está em discussão no presente momento. O que se
discute é se o Vereador Presidente da Casa, ao indeferir o requerido pelo Ver.
João Antonio Dib, a destempo, se equivocou, errou, atacou o Regimento, ou se,
ao contrário, não tinha ele outra alternativa senão a de cumprir o Regimento da
Casa zelosamente, como cabe ao Presidente da Casa e a todos nós.
Não
se diga, por absolutamente impróprio, que o Plenário, sendo soberano, possa
fazer, pela sua maioria, o que quiser. Não, a sua soberania é dentro dos
limites da lei, a sua soberania não lhe autoriza agir contrário ao Regimento
que estatui a sua soberania. A soberania do Plenário é decorrência do
Regimento, que tem um conjunto de regras que não pode ser analisado em
dissonância. Não pode se cogitar essa soberania com amplitude maior do que
aquela que efetivamente ela tem, e já é ampla, já é larga.
Por
isso quero, tranqüilamente, na hora em que V. Ex.ªs vão decidir
sobre esse assunto, dizer que não está em jogo um parecer assinado pelo Ver.
Reginaldo Pujol, não. A posição do Ver. Reginaldo Pujol pode não ter sido bem
colocada no parecer, feito às pressas, mas o próprio Líder do Partido dos
Trabalhadores, por motivos diferentes, também é no sentido de que o Presidente
da Casa agiu corretamente, agiu na conformidade do Regimento e que qualquer
mudança nessa posição é um precedente perigoso com o qual a Casa vai ter de
conviver. Eu não discuto os méritos, as razões atrás do Requerimento
indeferido. Não discuto! Não é mais o momento para discutir. Nós discutimos o
seguinte: ou estamos numa Casa onde existe um Regimento, que é respeitado, e o
seu Presidente faz com que ele seja respeitado, ou estamos numa Casa em que, ao
sabor dos acontecimentos, o Regimento pode ser desrespeitado, porque uma
maioria eventual assim o determina. Se nós enveredarmos para esse campo, eu
entendo que estaremos enveredando para um grave precedente, gravíssimo
precedente, numa Casa onde temos zelosos Vereadores como o Ver. João Antonio
Dib, que reclama, inclusive, quando se altera a seqüência da Ordem do Dia.
Nesta
Casa, de zelo extremado, nós estamos correndo esse risco de, para satisfazer
uma situação de emergência, que cria algumas dificuldades políticas dentro da
Casa, autorizar que se desconsidere o Regimento. E o que é mais grave: vamos
desautorizar o Presidente da Casa. Decidir contra o relatório é decidir pela
desautorização do Presidente, é dizer que o Presidente errou, que ele estava
equivocado, que ele não deveria fazer assim, que ele deveria não cumprir o
Regimento para satisfazer uma maioria eventual na Casa!
Se
é isso que se quer, que se conceda; a responsabilidade é de quem vai decidir
agora. Eu, pessoalmente, cumpri a minha parte, coloquei uma posição tranqüila,
de forma singela. Não tem brilho, não tem erudição, não tem legalismo
excessivo, só tem bom senso e lógica. Tão-somente bom senso e lógica. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
O Ver. Antonio Hohlfeldt
está com a palavra para encaminhar o Parecer n.º 40/02 da CCJ.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em
primeiro lugar, quero dizer que me sinto confortado na posição que assumi - por
mais antipática que seja - de respeito ao Regimento desta Casa, pelo fato de a
Sr.ª Procuradora deste Legislativo ter claramente definido que ela não tinha
poder nem competência para dar um Parecer em sentido contrário, de o Presidente
da Casa ter rechaçado o Requerimento do nobre Ver. João Antonio Dib e por agora
ouvir o Parecer exarado pelo nobre Ver. Reginaldo Pujol, sorteado para ser o
relator da matéria na Comissão de Justiça, que, aliás, acatou o Parecer do Ver.
Reginaldo Pujol. E acatou, Ver. Reginaldo Pujol, talvez V. Ex.ª nem lembre
disso, mas eu fui buscar aqui nos meus arquivos, a Comissão de Justiça acatou a
sua colocação até, de uma certa maneira, revisando posições anteriores de
outras circunstâncias, mas que o Plenário, na época, coincidiu com V. Ex.ª, na
matéria que eu vou ler.
Nós
tivemos, em 1990, uma polêmica neste Plenário, Ver. Nereu D’Avila: quando um
veto total do Prefeito chega a esta Casa, nós podemos destacar partes e votar
separadamente? A Comissão de Justiça, pela relatoria do Ver. Isaac Ainhorn,
decidiu que podia. O Plenário desta Casa derrubou o parecer do Ver. Isaac
Ainhorn e da posição da Comissão de Justiça e decidiu que não podia. Eu tenho
aqui a cópia do parecer. E nós não temos votado veto total fragmentadamente.
Veto total tem sido votado totalmente. É a mesma coerência, Ver. Isaac Ainhorn,
que eu estou cobrando agora, inclusive de V. Ex.ª. Se há um parecer sobre dez
ou onze emendas, o número não importa, e o nosso Regimento diz que isso se vota
em bloco, não há como fragmentar. Essa é a minha discussão. E, ao fragmentar,
estaremos violando o Regimento da Casa. E se este Plenário decidir derrubar o
parecer do Ver. Reginaldo Pujol e a posição da Comissão de Justiça, estará
assumindo um risco grave de incoerência. No veto, este Plenário não quis ter
autonomia. Agora, numa situação absolutamente pontual, este Plenário quer fazer
a fragmentação. Então, há uma incoerência lamentável, segundo interesses.
Ora,
Sr. Presidente, mais do que quebrar o Regimento, não acatar o parecer da
Comissão de Justiça significará, sobretudo, uma postura antidemocrática. Por
quê? Porque democracia não é só a vontade da maioria. Democracia é, sobretudo,
a possibilidade da minoria. Ora, se, com base no Regimento, uma eventual
minoria se opõe a uma mudança pontual, intempestiva, no sentido de que ela não
cabe, ela está fora de tempo e de lugar, e este Plenário decidir pelo
contrário, este Plenário está, na verdade, em nome de uma maioria de
quantidade, passando por cima de uma minoria, quantitativamente falando, e ,
portanto, está se impondo pela força, a força do número.
Quero deixar registrado,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que tão logo termine esta votação, a deste
Requerimento, deste Parecer, eu já quero deixar o pedido de uma cópia dos votos
dos Srs. Vereadores. Porque, se derrubado esse Parecer, quero que isso,
evidentemente, passe agora a valer para tudo. Se este Plenário acha que pode,
simplesmente, rasgar o Regimento, eu quero ficar com uma cópia e vou encaminhar
ao Presidente da Casa a seguinte proposição: “A partir de hoje a Câmara de
Vereadores não tem mais Regimento. Em cada Sessão, quando iniciarmos as
atividades aqui, os Srs. Líderes reunir-se-ão com o Presidente e decidirão qual
o regimento do dia. E, a cada Sessão, nós vamos mudar as regras como nós bem
entendermos, sem nenhum problema.” Porque, se o Plenário, a bel-prazer, de um
ponto ou outro, pode mudar o que está aqui permanente, rasgue-se o Regimento e
se passe, a cada Sessão, a decidir: hoje a regra é esta. Nós votamos, tendo
maioria, ela vale. Porque na prática é isso que se está tentando fazer. Agora,
se valeu o Parecer do Ver. Reginaldo Pujol, e a posição da Comissão de Justiça,
eu me sinto satisfeito, porque terá valido a briga de respeitar um documento
que é fruto de uma história desta Casa.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
O Ver. Sebastião Melo
está com a palavra para encaminhar o Parecer n.º 040/02.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. Carlos Alberto
Garcia, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, meu querido Ver.
Reginaldo Pujol, penso que estamos vivendo um momento muito importante nesta
Casa. Primeiro, eu quero elogiar o seu parecer. É um parecer muito preciso, V.
Ex.ª foi muito feliz com relação a ele. E por que V. Ex.ª foi muito feliz?
Porque o Regimento de uma Câmara Municipal, ou do Congresso Nacional, de uma
Assembléia Legislativa, está equiparado à lei, ele é lei. Portanto, se ele é lei,
ele tem de ser respeitado.
O
que diz o art. 84 do Regimento da Câmara Municipal? O art. 84 diz que: “O
Plenário é órgão deliberativo soberano da Câmara, constituído pela reunião de
Vereadores em exercício, em local e forma estabelecida neste Regimento.” Disse
tudo e não disse não. Ele não está dizendo que essa soberania pode mudar o
Regimento. Mas eu vou um pouco atrás. Como se muda o Regimento desta Casa?
Entra-se com um Projeto de Resolução, pegam-se onze assinaturas, tramita cinco
Sessões, tem parecer prévio e, depois de trinta dias, tem a faculdade daquele
que apresentou de pedir o art. 81 e vir à votação. O que quer dizer, por
analogia, na nossa avaliação - salvo melhor juízo, porque não sou o melhor
jurista nessa matéria, porque não sou muito afeito a essa área
administrativista -, que o art. 84 quis dizer, com muita clareza que, quando há
dubiedade, o Plenário pode ser soberano para decidir. Agora, quando ele é
expresso, não está autorizado, porque, se fosse assim, não precisava ter
Regimento, não deveria nem podia haver Regimento. Então, o art. 84 diz que o
Plenário é soberano e, fazendo a boa analogia, quero dizer que ele é soberano
quando o Regimento é omisso. E vou-me socorrer de vários tribunos desta Casa,
especialmente do nosso querido Ver. Juarez Pinheiro, que é um bom advogado.
O
Direito não socorre o dorminhoco. Dormir até tarde não é nenhum problema, mas
dormir no Plenário não pode! Houve, sem dúvida alguma, um cochilo neste
Plenário em relação a essa matéria.
Quero,
de forma muito tranqüila, Vereador – V. Ex.ª é um legalista, um defensor da Lei
Orgânica e, portanto, V. Ex.ª está acompanhando com muita firmeza esse
raciocínio -, dizer que, em nome da população, em nome da cidadania, em nome da
saúde e de uma série de questões, até podemos fazer um documento por escrito e
votar essa matéria - imaginando essa hipótese -, encaminhando a mudança do
Regimento, porque não posso votar uma matéria pensando no hoje; tenho que
pensar no amanhã. O que pode ser justo para V. Ex.ª, pode não ser para este Vereador
ou para uma parcela da sociedade. Exemplifico com a regulamentação da Lei da
Previdência, que está nesta Casa, que quer criar cento e quatro cargos e
transferir o dinheiro do fundo para o caixa único do Município. Alguém, por
várias razões, não pede destaque nas Emendas, e essa matéria pode interessar ao
Governo, mas pode não interessar aos servidores. Como vamos resolver, vamos
quebrar o Regimento de novo? Acho que poderemos até fazer – e o Ver. Antonio
Hohlfeldt tem sido contundente, e com muita precisão, nessa matéria -, e quem
sabe lançar um documento em que pudéssemos mudar o Regimento a partir de então,
porque simplesmente naquilo que está expresso aqui, o Plenário - e sei que V.
Ex.ª, com certeza, vai sustentar uma tese antagônica... E eu diria que teses
são teses, e, portanto, nós podemos sustentar, e V. Ex.ª pode entender que eu
não estou com a razão, mas eu estou convencido de que o art. 84, na sua
plenitude, diz que, quando houver omissão acredito que o Plenário pode-se
manifestar soberanamente, mas, quando há expressamente, ele não pode quebrar
esse Regimento, porque está quebrando a sua Lei, a sua organização e as
relações que existem entre a Presidência da Casa, as votações, o Plenário, as
Comissões e todo o andamento legislativo.
Eu
quero, nessa breve manifestação, mais uma vez, cumprimentar o Ver. Reginaldo
Pujol. Quero dizer que o Vereador foi brilhante no seu Relatório, captou o
espírito e, com firmeza, sustentou aquilo que, efetivamente, eu acredito que
seja a questão da lógica do Regimento. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para encaminhar o Parecer n.º 40/02 da CCJ.
O SR. RAUL CARRION: Ex.mo Presidente José
Fortunati, demais Vereadores e Vereadoras, eu quero encaminhar favoravelmente
para que possamos votar uma a uma as Emendas. Vou tentar argumentar. Como se
deu a situação em que nos encontramos? Havia onze Emendas encaminhadas quando o
Relator deu o Parecer. Dessas onze, dez foram aprovadas e uma rejeitada. O
Regimento indica que as dez sejam votadas em bloco por uma economia de tempo.
São Emendas de comum acordo, de consenso, e não há problema.
Ocorre
que, nesse intervalo de tempo, foram protocoladas mais dez Emendas, e algumas
delas eram conflitantes com as primeiras dez do bloco. Portanto, o caminho
normal seria, nesse momento, ter dado um novo Parecer. Esse novo Parecer
indicaria os conflitos e indicaria votação destacada para essas conflitantes.
Como numa tentativa de acelerar a votação, os diversos Vereadores pediram
dispensa de novo Parecer, ficando um velho parecer que não mais correspondia à
realidade; estamos todos convencidos disso. Portanto, exige-se o melhor para a
Casa: que se flexibilize a interpretação da votação em bloco. Eu pergunto: será
a primeira vez, Ver. Antonio Hohlfeldt, que nós flexibilizamos o Regimento?
Será algo inédito nesta Casa, Ver. João Antonio Dib, que nós tenhamos dado uma
interpretação mais flexível? De forma alguma! Inúmeras vezes, nesta Casa, nós
flexibilizamos a interpretação do Regimento, a partir de um acordo do conjunto
das Lideranças. Isso é o real, o resto não tem fundamento.
O
que acontece é que desta vez não houve a unanimidade das Lideranças, somente
isso.
Avancemos
um pouco mais: existe por acaso alguma dúvida quanto ao mérito de votar
separadamente? Alguma minoria está sendo atropelada por fazermos isso? Há uma
restrição da discussão, ou uma restrição da votação onde uma minoria seria
prejudicada? Ao contrário, a flexibilização que está-se dando é no sentido de
ampliar a discussão e de ampliar a votação. Ninguém contesta isso e se aferram
a argumentos formais, quando inúmeras vezes, Ver. Antonio Hohlfeldt, esta Casa,
por acordo do conjunto das Lideranças, flexibilizou o Regimento.
Ainda
mais, penso eu, se percebe que essa parte do Regimento está engessando - eu até
proponho que nós modifiquemos o Regimento de forma permanente nesta questão.
Até tomarei uma iniciativa nesse sentido, se preciso for.
Portanto,
eu penso que, no interesse da melhor votação possível do Projeto, mesmo
entendendo que é realmente questionável, nós podemos flexibilizar. É uma
interpretação do Regimento, não tem nada a ver com a questão do voto do veto em
bloco. Não, lá é parte e o todo; aqui, são Emendas independentes, cada uma
delas, que, simplesmente, por uma aceleração do processo, ficaram, as
posteriores, contraditórias.
Queria
lembrar aqui que este Plenário decidiu em relação ao art. 196 uma interpretação
mais adequada. O art. 196 era o plano da renovação de votação, dizia lá: “A
renovação poderá haver sempre que a matéria tiver sido aprovada ou rejeitada
por diferença de votos menor ou igual a três.” O que nós argüimos aqui - e o
Plenário aprovou - é que numa votação por maioria absoluta ou numa votação por
dois terços a diferença de três não poderia ser entre o sim e o não, mas teria
de ser entre o que era exigido, que era dezessete ou vinte e dois, e os votos
obtidos. Foi uma interpretação e este Plenário, nessas dúvidas, joga o papel.
Parece-me legítimo que este Plenário decida, parece-me justo que decida
favoravelmente a poder votar as Emendas, principalmente porque, ao invés de
restringir o direito da minoria, neste caso amplia o direito da minoria.
Portanto,
por todas as razões, tem mérito o Requerimento do Ver. João Antonio Dib. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação nominal o Parecer n.º 40/02,
da Comissão de Constituição e Justiça. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO por 13 votos SIM e 16 votos NÃO.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
por força do mesmo Regimento que nós acabamos de rasgar, considerada a
diferença de votos, nós poderíamos requerer renovação de votação, porque a
diferença é de três. Eu só quero deixar registrado, eu pessoalmente não vou
pedir a renovação, porque eu quero ficar com esse documento para cobrar deste
Plenário nas próximas Sessões, mas quero deixar registrado que pela diferença:
dezesseis a treze caberia renovação de votação sem pedir para qualquer Vereador
desta Casa, que discorde dessa decisão.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Feito o Registro, passamos imediatamente
à votação do PLE n.º 034/01.
O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem):
A orientação de votação
que nós temos, Sr. Presidente, era endereçada para uma realidade, a realidade
de que nós votaríamos em bloco as Emendas de 01 a 10. Com a mudança, eu sinto a
necessidade de ficar bem claro os efeitos que a aprovação ou rejeição de cada
uma das Emendas isoladamente darão com relação ao conjunto do Projeto e as
Emendas não-relatadas que se encontram aguardando deliberação após a discussão
dessas primeiras Emendas que haviam tido Parecer favorável.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Com a decisão tomada pelo Plenário, nós
temos o entendimento de que a leitura do Regimento passa a ser diferenciada,
pelo menos vamos usar uma expressão mais flexível, no sentido de que não seja
obrigatória a votação em bloco das Emendas de 01 a 10, conseqüentemente,
poderemos: ou votar de forma individualizada Emenda a Emenda, ou, por
solicitação de algum Vereador, fazer outro tipo de análise; caso contrário, nós
iremos fazer a votação Emenda a Emenda, conforme esta Presidência entendeu da
decisão soberana da maioria deste Plenário.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero
deixar registrado nesta Questão de Ordem que, discordando dessa decisão do
Plenário, mas respeitando-a, a Bancada do PSDB, a partir deste momento,
retira-se do Plenário, porque não vai votar mais essa matéria, porque não será conivente
com esse encaminhamento. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação a Emenda n.º 01, que altera o
parágrafo 5.° do art. 3.º do PLE n.º 034/01. (Pausa.)
Lembramos
ao Srs. Vereadores que a aprovação das Emendas n.º 01, n.° 04, n.º 06 e n.º 08
determinará as seguintes prejudicialidades relativamente à Emenda n.º 13 e às
subemendas à Emenda n.º 13. A Emenda n.º 01 prejudica o parágrafo 5.° do art.
3.º A Emenda n.º 04 o inciso I e II do art. 3.º. A Emenda n.º 06 prejudica o
"caput" do parágrafo 4.º do art. 3.º. A Emenda n.º 08 prejudica o
texto da Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 13. E a rejeição da Emenda n.º 10
prejudica a Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 10.
Em
votação nominal a Emenda n.º 01 ao PLE n.º 034/01, solicitada pelo Ver. João
Carlos Nedel. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 1 voto SIM,
24 votos NÃO.
Em
votação a Emenda n.º 02 ao PLE n.º 034/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA,
com um voto de abstenção do Ver. Nereu D’Avila.
Em
votação a Emenda n.º 03 ao PLE n.º 034/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA
com um voto de abstenção do Ver.
Nereu D’Avila.
Em
votação nominal a Emenda n.º 04 ao PLE n.º 034/01, solicitada pelo Ver. Marcelo
Danéris. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 25 votos NÃO.
Em
votação nominal a Emenda n.º 05, aposta ao PLE n.º 034/01, solicitada pelo Ver.
Carlos Alberto Garcia. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 25 votos SIM,
1 voto NÃO.
Em votação a Emenda n.º 06, aposta ao PLE n.º
034/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
REJEITADA por imensa maioria.
Em votação a Emenda n.º 07 ao PLE n.º 034/01.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA a Emenda n.º 07 com uma
abstenção.
Em
votação a Emenda n.º 08 ao PLE n.º 034/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA
a Emenda n.º 08 por unanimidade.
Em
votação a Emenda n.º 09 ao PLE n.º 034/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA
com a ABSTENÇÃO do Ver. Nereu
D’Avila.
Em
votação a Emenda n.º 10 ao PLE n.º 034/01. O Ver. Beto Moesch está com a
palavra para encaminhar a Emenda n.º 10 pela Bancada do Partido Progressista
Brasileiro.
O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, rapidamente, preciso
explicar: queremos rejeitar a Emenda n.º 10, de minha autoria, já acertado com
as partes, inclusive a pedido do próprio Executivo, porque na Lei diz que o
estudo de viabilidade urbanística deve ir também para o Conselho de
Desenvolvimento Urbano, e nós também incluímos que deveria ir para o Conselho
de Meio Ambiente. E como não havia nada com relação à potencialidade, nós
estamos fazendo uma Subemenda, que é a n.º 01 à Emenda n.º 10, que mantém o
estudo de viabilidade urbanística para o Conselho Municipal de Desenvolvimento
Urbano e remete a potência para o Conselho Municipal do Meio Ambiente. É apenas
para que os Conselhos possam acompanhar a instalação de torres na cidade de
Porto Alegre. É meramente técnica, mas precisava fazer esse registro para que
nós votemos contrariamente a Emenda n.º 10, mas favorável à Subemenda.
É
verdade, o Plenário está me alertando, eu cometi um erro, nós temos que aprovar
a Emenda n.º 10 para, posteriormente, votarmos a Subemenda em que corrigi o que
está na Emenda n.º 10. Era isso, Sr. Presidente. Muito obrigado
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem):
Nós estamos votando
apenas a Emenda?
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Somente a Emenda.
O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Nós teremos oportunidade de discutir a
Subemenda depois?
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Com certeza; se a Emenda for rejeitada,
automaticamente cai a Subemenda; se a Emenda for aprovada, discutiremos em
seguida a Subemenda.
Em
votação nominal a Emenda n.º 10 ao PLE n.º 034/01, solicitada pelo Ver.
Sebastião Melo. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 15 votos SIM e
11 votos NÃO.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, uma questão de natureza
processual legislativa. Eu queria um esclarecimento da Diretoria Legislativa. A
criação de conselhos municipais normalmente é feita por Lei Complementar, o que
exigiria dezessete votos. Eu lhe pergunto: no caso, está-se criando um
Conselho, com quinze votos, em lei ordinária. Não. Mas, mesmo alteração envolve
questão... Se é por lei complementar, o Conselho tem de ser modificado por lei
complementar. Eu só gostaria de ouvir qual é o entendimento da Diretoria
Legislativa.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Faremos as devidas análises.
Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, estamos aguardando o texto legal, para que
possamos, após análise da Diretoria Legislativa e da Procuradoria, dar o nosso
Parecer. (Pausa.)
Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, temos um Parecer, que esta Presidência acolhe.
Entende a Procuradoria e a Diretoria Legislativa que, por se tratar de uma
matéria já tratada na Lei Complementar n.º 369, uma das atribuições do Conselho
Municipal de Meio Ambiente, a Emenda apresentada pelo Ver. Beto Moesch
simplesmente regulamenta, disciplina de uma forma mais clara as mesmas
atribuições já previstas na Lei. Portanto, a votação teve validade, sim.
Continuamos,
aprovada a Emenda n.º 10.
Em
votação a Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 10, ao PLE n.º 034/01. O Ver. Reginaldo
Pujol está com a palavra para encaminhar a Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 10 ao
PLE n.º 034/01.
Meu
caro Ver. João Bosco Vaz, além do perigo de incendiarmos o Plenário, eu lembro
que é terminantemente proibido que se fume neste Plenário, especialmente, ao
meu caro Líder do PFL, Ver. Reginaldo Pujol. (Palmas.)
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, a proibição é do
Regimento?
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Na verdade é uma Lei e, naturalmente, só
poderá ser substituída por outro Projeto de Lei, meu caro Ver. Reginaldo Pujol.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, eu até gostaria - já que
fui advertido publicamente - de conhecer os termos da Lei e saber em que grau
ela está sendo cumprida nesta Casa. Nesta Casa não se cumpre lei, Sr.
Presidente. Nós acomodamos a lei quando é conveniente para a maioria do
Plenário. Então não vou admitir, calado, que V. Ex.ª faça essa admoestação
pública.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Ver. Reginaldo Pujol, obviamente, esta
Presidência não vai bater boca com o Vereador, mas esta Presidência, acima de
tudo, tem de zelar pelo cumprimento da Lei. Se algum Vereador, nesta Casa, não
cumpre com a legislação é um outro problema. Este Vereador vai fazer o possível
para que a Lei seja cumprida. Quero deixar isso muito claro.
O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a Subemenda n.º 01 à
Emenda n.º 10 ao PLE n.º 034/01.
O SR. REGINALDO PUJOL: Na Casa, onde a lei é cumprida pelo Sr.
Presidente com muita exação, ainda que em outras tantas ocasiões ele se curve à
maioria da Casa, que lhe empunha até agir contrariamente à lei, eu encaminho a
votação da Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 10. No que concerne ao entendimento
deste Vereador, que foi contrário à Emenda n.º 10, esta Subemenda merece até
ser aprovada, porque o mal já está feito. A inviabilização dos serviços de
telecomunicações em Porto Alegre já está decretada, com todo o processo de
burocracia que já se estabeleceu na Emenda n.º 10, com a audiência do Conselho
do Plano Diretor, com a audiência do Conselho do Meio Ambiente, este Conselho
que é extremamente zeloso, que leva dois anos para aprovar Parque Germânia, vai
ser ouvido sobre tudo isso. Pelo menos a Subemenda do Ver. Beto Moesch, apoiada
pelo Ver. Almerindo Filho, que a convalesceu, pelo menos essa Emenda limita que
ao Conselho Municipal do Meio Ambiente caberá analisar os níveis de densidade
de potência. Fica nisso. Pelo menos limita, retirando do Conselho do Meio
Ambiente a possibilidade de fazer análise e mais análise, que tem caracterizado
a sua atuação aqui na Cidade de Porto Alegre com o retardamento contínuo de
várias obras e serviços do maior interesse da Cidade.
Por
isso, Ver. Beto Moesch, nós, que temos tido nos últimos tempos até antagonismos
em algumas posições, queremos cumprimentá-lo pela sua Subemenda, na medida em
que ela, ao menos, limita uma atuação que vai ser um furor nesse processo todo.
Acho que, se era intenção se criar barreiras burocráticas para o desenvolvimento
desta atividade em Porto Alegre, aqueles que tinham essa intenção devem ser
cumprimentados, porque, ao aprovarem a Emenda nº 10, consagraram o
“burocratismo” no Município de Porto Alegre. Era isso, Sr. Presidente. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação a Subemenda n.º 1 à Emenda n.º
10 ao PLE n.º 034/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em
votação a Emenda n.º 11 ao PLE nº 034/01. Desculpem, a Emenda n.º 11 e a
Subemenda n.º 1 à Emenda nº 11 não serão submetidas à votação, por incidência
do disposto no art. 55 do Regimento, na medida em que ela recebeu Parecer
contrário de todas as Comissões.
Em
votação a Emenda n.º 12 ao PLE n.º 034/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA
por maioria.
Em
votação a Emenda n.º 13 ao PLE n.º 034/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA
por unanimidade.
Em
votação a Subemenda n.º 01 à Emenda n.º 13 ao PLE n.º 034/01. Os Srs.
Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa. ) APROVADA.
Em
votação a Subemenda n.º 02 à Emenda n.º 13 ao PLE n.º 034/01. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por
unanimidade.
Em
votação a Subemenda n.º 03 à Emenda n.º 13 ao PLE n.º 034/01. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em
votação a Subemenda n.º 04 à Emenda n.º 13 ao PLE n.º 034/01. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.
Em
votação a Subemenda n.º 05 à Emenda n.º 13 ao PLE n.º 034/01. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em
votação a Subemenda n.º 06 à Emenda n.º 13 ao PLE n.º 034/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em
votação nominal a Emenda n.º 15 ao PLE n.º 034/01, por solicitação do Ver.
Cassiá Carpes. (Pausa.) (Após apuração nominal.) REJEITADA por 01 voto SIM, 22
votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
Em
votação a Emenda n.º 16 ao PLE n.º 034/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA
por unanimidade.
Em
votação a Emenda n.º 17 ao PLE n.º 034/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA
por unanimidade.
Em
votação nominal a Emenda n.º 18 ao PLE n.º 034/01, por solicitação da Ver.ª
Sofia Cavedon. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 05 votos SIM e
17 votos NÃO.
Em
votação a Emenda n.º 19 ao PLE n.º 034/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em
votação a Emenda n.º 20 ao PLE n.º 034/01. O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra para encaminhar a Emenda n.º 20 ao PLE n.º 034/01.
Antes
que o Ver. Reginaldo Pujol ocupe a tribuna, esta Presidência quer pedir
desculpas pela forma abrupta como lhe chamou atenção. V. Ex.ª,
indiscutivelmente, tem sido um dos parlamentares mais cientes e mais briosos
pelo cumprimento da Legislação desta Casa. (Palmas.)
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o
ambiente descontraído que se coloca contribui até para que se enfoque essas
derradeiras decisões dessa matéria com a seriedade com que entendo que esta
Casa, tradicionalmente, enfrenta essas situações. Eu não desconheço a
existência de resistências muito fortes com relação à Emenda n.º 20 e à Emenda
n.º 21. Não obstante, sinto-me no dever de vir à tribuna sustentar a proposta
que subscrevemos, na medida em que entendemos que ela contribui para que essa
Lei, que será editada dentro em breve, fruto de todas as discussões e decisões
na Casa, possa contemplar todos os ângulos que envolve esse serviço: a saúde
pública, o meio ambiente e a comunidade em geral.
O que propõe a Emenda n.º 20? Propõe que o parágrafo primeiro, do art. 4.º, do Projeto de Lei do Executivo 34/01, passe a vigorar com a seguinte redação: “Art. 4º, § 1º: na impossibilidade de atendimento ao disposto no inciso I e II desse artigo, a implantação das ERBs observará a distância mínima de 500m entre si, quando instalado em torres, admitindo-se a implantação de ERBs em distância inferior a essa apenas nos casos em que a observância dessa distância implicar na impossibilidade técnica da prestação dos serviços de telecomunicações, nos termos da reclamação expedida pela ANATEL, devidamente comprovada, e ainda observados os termos do inciso IV, do art. 3.º, casos em que a implantação da ERB deverá ser aprovada pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Ambiental e comunicá-la à Câmara de Vereadores.”
Observo
que os Srs. Vereadores estão amplamente esclarecidos, tão esclarecidos que não
me honram com a audiência nesta hora, falo para os meus próprios ouvidos, para
que eu tenha a consciência de que expus para a Câmara dos Vereadores o que eu
pretendia, e que se essa não conseguiu ouvir foi na razão direta de que assim
entenderam de fazer os seus integrantes. Mas o que nós queremos, Vereadora, que
me honra com a sua audiência, não é estabelecer quebras de regras,
aleatoriamente. Estamos prevendo que uma lei, que vai ter meses para se adaptar, durante esse período,
vai ter que enfrentar uma série de situações fáticas para as quais o Executivo,
a quem cabe zelar pela lei, ficará engessado de decidir na base do sim ou não,
não tendo outra alternativa. O que nós abrimos, nisso, é uma situação de
excepcionalidade, com laudos técnicos para a garantia de um serviço sem
sombras, para a garantia de um serviço de qualidade que, nessa hipótese,
comprovado, ilustres integrantes da comunidade que se antecipam manifestando a
sua posição pelo não, o que fazem como um direito legítimo, e eu o saúdo e até
interrompo o meu pronunciamento para homenageá-lo pela forma lisa e correta com
que lutou pelo que entende ser a posição mais adequada dentro deste Projeto.
Mesmo assim, eu persisto na minha posição, dizendo que prevê situações
particulares especialíssimas, em determinar que nessas situações o Conselho,
comprovada a dificuldade técnica, comprovada a situação emergencial e
excepcional, e nessas condições, com os laudos técnicos e ouvido o Conselho do
Plano Diretor, órgão onde a comunidade está representada, onde as autoridades
municipais e estaduais estão representadas, onde as empresas se encontram
representadas, onde a comunidade é representada naquele sodalício, ouvido o
Conselho do Plano Diretor, o qual poderá deliberar na excepcionalidade,
comunicando para tanto para a Câmara Municipal... É isso que nós propusemos. Os
Srs. Vereadores, obviamente, inteligentes que são, já devem ter lido o Projeto
e entendido, por isso não me deram atenção. Eu estou cumprindo, rigorosamente,
com a minha determinação de tentar contribuir para o que entendo melhoria neste
Projeto de Lei. Certamente, pelo que observo de manobra, não lograrei sucesso,
mas fico em paz comigo, porque busquei fazer o que julgava correto, em que pese
as dificuldades que encontrei pelo caminho. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Beto Moesch está com a palavra
para encaminhar a Emenda n.º 020 ao PLE n.º 034/01.
O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores. Ora, nós estamos e conseguimos, até esta Emenda,
cumprir um grande acordo feito aqui entre ambas as partes. Nós, por exemplo,
aprovamos a Emenda n.º 13, do Ver. Fernando Záchia, que garante, justamente, o
disciplinamento da chamada norma suíça, que era necessária para não
inviabilizar a atividade de celulares na cidade de Porto Alegre.
O
que quer o nobre Ver. Reginaldo Pujol? A exceção aos 500m. Mas vejam que no
art. 4.º, no seu parágrafo 1.º, consta: “Na impossibilidade de atendimento aos
expostos acima, a implantação de ERB observará a distância mínima de 500m entre
si, quando instalada em torre.” Portanto, se não for em torre, pode sempre ser
menos de 500m, e é por isso que nós votamos, contrariamente, ao que a
comunidade pediu, que era a votação da expressão: “Quando instalada em torre.”
No momento em que nós acertamos que não votaríamos a votação da expressão
“quando instalada em torre”, para que se mantivessem os 500m da distância entre
torres, mas, quando não for entre torre, se poderia estabelecer uma distância
menor que 500 metros, esta Emenda n.º 20, do Ver. Reginaldo Pujol, não faz
sentido. Nós estamos quebrando um grande acordo feito nesta Casa, de que nós, e
nós fizemos isto, votamos sim aprovando a expressão, mantendo “quando instalada
em torre”, para justamente não votarmos a Emenda n.º 20 do Ver. Reginaldo
Pujol. Então, por favor, nós chegamos até agora acertando o acordo, emenda por
emenda, estamos sim, viabilizando o sistema da atividade de estações de
radiobase na cidade de Porto Alegre, que todos nós queremos, mas respeitando a
questão urbanística da Cidade e a qualidade de vida das pessoas. Por favor, há
um acerto, nós votamos sim aprovando a expressão “quando instalada em torre”,
foi a primeira coisa que nós votamos aqui com relação, depois do Projeto, à
estação de radiobase, mas estava no acerto que nós não votaríamos a Emenda n.º
20. Por favor, Srs. Vereadores, coerência com relação aos acordos feitos nesta
Casa. Obviamente não à Emenda n.º 20, porque isso já foi acertado. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem):
Eu quero, Sr.
Presidente, em Questão de Ordem, dizer para V. Ex.ª que eu desconheço qualquer
acordo que tenha ocorrido, por isso é que eu mantive a Emenda. Se soubesse de
algum acordo que tivesse dele participado, teria batalhado pela sua rejeição.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra
para encaminhar a Emenda n.º 20 ao PLE n.º 034/01.
O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Ver.
Reginaldo Pujol, ilustre Líder até há algum tempo do PFL, uma pessoa que tem
trabalhado de forma bastante dedicada aqui. Nós não vamos encaminhar
favoravelmente à sua Emenda, lastreados em muitos dos argumentos do nosso
ilustre colega Ver. Beto Moesch. Mas vou fundamentar, rapidamente, uma questão.
A
Lei que nós estamos aprovando já criou as condições para que a sua preocupação
esteja contemplada; dado o número de equipamentos que há na Cidade - prédios,
antenas locais - seguramente essa excepcionalidade que V. Ex.ª cria na lei para
fazer com que as distâncias entre torres ou entre antenas possam ser
excepcionalizadas, quando não ocorrer, dificilmente vai acontecer, na nossa
opinião.
Estou
lastreado também na informação do nosso Secretário do Meio Ambiente, Gerson
Almeida, que assim também colocou. Portanto, essa Emenda se torna dispensável e
de certa forma ela acaba, no nosso entendimento, recolocando no texto da Lei
uma questão que já estava superada nas várias discussões que davam conta do
problema dos 500m ou não entre as torres. Por isso, nós vamos encaminhar
contrariamente a essa posição, com base nessas duas justificativas: parte delas
no depoimento do Ver. Beto Moesch - que são os argumentos que nós estamos
usando - e outra parte dos esclarecimentos e informações prestados pela
Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para
encaminhar a Emenda n.º 20 aposta ao PLE n.º 034/01.
O SR. RAUL CARRION: Ver. José Fortunati, demais Vereadores e
Vereadoras, nós vamos ser breves também. Estranhamos manifestações contrárias à
livre manifestação dos Vereadores nesta tribuna. Nós queremos só lembrar que no
art. 4.º, o caput diz que “a
implantação deverá observar as seguintes diretrizes” e elenca 4 questões:
“prioridade da instalação das ERBs em topos e fachadas de prédios ou
construções; promoção do compartilhamento” - que são a 1 e a 2 e ainda restam a
3 e a 4 - “integração à paisagem urbana ou mimetismo; prioridade na utilização
de infra-estrutura já implantada, como rede de iluminação pública e
distribuição de energia.” Portanto, não se pode, simplesmente, porque a 1 e a 2
não permitem, mesmo a 3 e a 4 permitindo, se aprovada a Emenda de autoria do
Ver. Reginaldo Pujol, passar por cima da normatização. Não entendemos ainda se
disséssemos as Emendas 1, 2, 3 e 4. Mas, não! Duas condições não são atendidas,
restam mais duas e já não se aplica a lei. Além do mais, a Emenda n.º 1 e a
Emenda n.º 2 dificilmente não serão atendidas e, ademais, a saúde deve
prevalecer, o meio ambiente deve prevalecer nessas exceções. Por isso,
encaminhamos contrários a essa Emenda.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Lembramos aos Srs. Vereadores que na
próxima segunda-feira às 8h30min teremos um encontro com o SEBRAE. O Serviço de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Rio Grande do Sul convida todos os
Vereadores da Capital para o café da manhã que será realizado na segunda-feira,
dia 25 de março, no Hotel Sheraton Porto Alegre, às 8h30min. Na ocasião, o
Presidente do SEBRAE gaúcho, Eudes Antidis Missio, e o Presidente do SEBRAE
Nacional, Sérgio Moreira, irão apresentar as estratégias que inauguram uma fase
importante da entidade, que trata da defesa de políticas públicas em benefício
ao empreendedor de pequeno porte do Estado.
Comunicamos,
também, que o Ver. Almerindo Filho estará representado esta Casa no I Seminário
Estadual “Caminhando para a igualdade racial” que realizar-se-á dia 23 de março
de 2002, a partir das 9h, na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do
Sul.
Em
votação nominal a Emenda n.º 20 aposta ao PLE n.º 034/01, solicitada pelo Ver.
Beto Moesch. (Pausa.) (Após a chamada nominal.) REJEITADA a Emenda por 05 votos SIM, 18 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES.
Em votação a Emenda n.º 21 aposta ao PLE n.º 034/01. O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a Emenda n.º 21 aposta ao PLE n.º 034/01.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, com a
aprovação da Emenda n.º 20 ao PLE n.º 034/01, a Emenda n.º 21 perde o sentido;
mesmo que viesse a ser aprovada, ficaria em desconexo com o restante da
matéria, porque só teria razão de ser na medida em que a 21 fizesse alteração
no corpo do Projeto. Não o fazendo, julgo até, Sr. Presidente - e coloco isso
para a sua deliberação -, que a aprovação da Emenda n.º 20 prejudicou a Emenda
n.º 21, que se tornou inócua. Era isso, Sr. Presidente, tão-somente isso.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação a Emenda n.º 21 ao PLE n.º
034/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA com o voto de abstenção do
Ver. Reginaldo Pujol.
Conseqüentemente,
encerramos o processo de votação do PLE n.º 034/01. Agradeço a compreensão de
todos e desejo a todos um bom final de semana. Está encerrada a presente
Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 13h35min.)
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